AUTISMO REGRESSIVO
O desenvolvimento do Matheus parecia dentro de tudo que era esperado para idade e, por volta dos 18 meses, passou a ficar mais isolado, parou de falar as palavrinhas que havia aprendido.
O autismo regressivo acontece em cerca de 1/3 dos casos, e isso ocorre porque, nesta idade, há uma grande pode neural, como se fosse uma grande faxina que elimina tudo aquilo que não é mais útil e que, no caso do autismo, acontece de uma forma inadequada, e acaba eliminando também habilidades importantes.
VACINAS & AUTISMO
Muitas pessoas equivocadamente associam essa regressão às vacinas, mas a ciência já comprovou que não há nenhuma relação entre uma coisa e outra, como explicamos melhor no link abaixo.
PRIMEIRO ANO
Na realidade, analisando em retrospecto, o Matheus não fazia muito contato visual durante a amamentação, muitas vezes era mais atraído por objetos do que por pessoas, entre outras características. Enfim, a criança já nasce com autismo e a pode dá está programada.
Vide o link abaixo para analisar algumas características de autismo comuns nos doze primeirros meses de vida:
PODAS NEURAIS
Refletindo melhor, hoje percebo que o Matheus já apresentava alguns sintomas sutis desde bebê, não olhava nos meus olhos durante a amamentação, não nos acompanhava com o olhar, entre outros.
Mas em virtude dessas perdas, sempre que ele entrava num fase complicada, eu temia que ele estivesse regredindo novamente, foi então que nossa mestre nos assegurou que não, A PARTIR de então, tudo que eles forem ADQUIRINDO de APRENDIZADO apenas se soma! Claro que eles têm fases, momentos em que parecem estar mais manhosos, outros implicantes, etc., mas podemos estar certos que, a partir de então, estaremos sempre seguindo em frente!
Questionamos nossa mestre @mayragaiato e o Dr. Alysson Muotry quanto quanto às PODAS NEURONAIS ao longo da vida e o impacto nas pessoas com AUTISMO. Indagamos se havia possibilidade de regressão em outro momento da vida, além da poda que acontece por volta dos 24 meses, que desencadeia o AUTISMO REGRESSIVO.
Nossa querida Mayra respondeu:
“A gente tem algumas podas ao longo do desenvolvimento neurológico. A PODA do AUTISMO acontece por VOLTA dos 2 ANOS de idade. Há sim algumas podas antes, outras depois, mas nos 2 anos de idade é quando acontece a poda nas áreas de linguagem, social, de interesses restritos. Então ela só pode acontecer por volta dos 2 anos. O critério para ser autismo é que os sintomas comecem antes dos 3 anos de idade. Isso é condição pra ser diagnosticado autismo. Está lá no DSM que é condição que aconteça antes dos 3 anos.
Depois disso, a gente tem OUTRAS PODAS. Tem a poda na adolescência, por exemplo, mas é OUTRA poda, é a poda da esquizofrenia, por exemplo. Você não vê crianças com esquizofrenia, porque não é na infância que acontece essa redistribuição neuronal. Quando acontece é na adolescência, então a gente só vê jovens iniciando a psicose. Então, as outras podas que acontecem depois são de OUTRAS COISAS, que qualquer um está arriscado a ter. Algumas crianças com autismo têm um pouco mais chance de esquizofrenia também, porque alguns dos genes, dos mais de mil que já foram associados ao autismo, alguns estão relacionados à esquizofrenia também, mas não têm ainda uma determinação.
Então, sim, temos OUTRAS PODAS ao longo da vida, mas que NÃO INFLUENCIAM em NADA no COMPORTAMENTO AUTÍSTICO. Então a gente não poder ter autismo depois, não pode acontecer poda de autismo depois. Isso não existe!
Se acontecer, será outro transtorno. Acontecem sim outras poucas, mas não relacionadas ao autismo, mas sim a outras doenças”.
Dr. Alysson Muotry tem uma posição diferente e entende que a poda neuronal desencadear o autismo regressivo é apenas uma hipótese.
É muito comum que o DESENVOLVIMENTO do bebê aconteça NORMALMENTE, atingindo todos os marcos do desenvolvimento, e por volta dos 18 meses, pareça REGREDIR, adquirindo características de AUTISMO.
Foi o que aconteceu com o Matheus, que já falava algumas palavras, batia palminhas e de repetente parou de fazer tudo isso!
Nossa mestre @mayragaiato explica que este quadro é denominado AUTISMO REGRESSIVO, que é inevitável e acontece mediante uma prévia PROGRAMAÇÃO GENÉTICA, gerando consequências no momento em que acontece uma PODA NEURONAL.
Quando um bebe esta se formando, a quantidade de neurônios e sinapses é gigantescamente, muito maior do que a quantidade necessária. É por isso que, por volta dos 18 meses, o cérebro começa a selecionar quais são importantes, e a partir de 12 meses começa a cancelar sinapses desnecessárias. Acontece que, nas crianças com autismo, há uma poda ineficiente e cancela sinapses que eram necessárias e assim o autismo fica mais evidente.
No site derepenteautista.com.br. Michele Carvalho afirma:
"Autismo Regressivo
Vou falar hoje a respeito do autismo regressivo, esse que a criança se desenvolve normalmente e de repente vai perdendo as habilidades.
Nossa história foi exatamente assim e por isso “De Repente Autista”!
Como já disse antes, Enzo era uma criança extremamente sociável, abraçava outras crianças (principalmente meninas loiras rs), fazia contato visual, enxergava o mundo a sua volta e falava frases espontâneas. Próximo dos dois anos de idade ele foi perdendo algumas habilidades, minha presença ou ausência começou a não fazer diferença, não brincava nem interagia com outras crianças, não conseguia mais responder às nossas perguntas, nem as mais simples como “qual o seu nome?” E as frases espontâneas deixaram de existir (apesar dele ser capaz de reproduzir um filme inteiro com todas as falas e diferentes entonações de voz).
Foi desesperador vê-lo “sumindo” como falei no post do Luto.
Esse autismo regressivo atinge mais ou menos 30% dos casos diagnosticados. Ainda não sabem ao certo a causa apesar das inúmeras pesquisas a respeito e a mais plausível, pelo menos para mim, é que ocorre um processo de “poda” natural dos neurônios que é chamado de poda neuronal (apoptose), para “desligar” alguns neurônios que estão em desuso ajudando os neurônios de maior funcionamento se desenvolverem com maior eficiência.
Deixo aqui uma explicação segundo a cartilha emitida pela OEA – Organização dos Estados Americanos (2010, p. 29-30):
Durante a etapa pré-natal e a primeira infância, o cérebro produz muitos mais neurônios e conexões sinápticas de que chegará a necessitar, como uma forma de garantir que uma quantidade suficiente de células chegue a seu destino e que conectem-se de forma adequada. No entanto, para se organizar, o sistema nervoso programa a morte celular de vários neurônios (apoptose) e a poda de milhares de sinapses que não estabeleceram conexões funcionais ou que “já cumpriram sua tarefa”. As sinapses que envolvem “neurônios competentes e ativos na rede” são as que permanecerão e a funcionalidade de cada um destes circuitos neuronais é o que nos permitirá aprender, memorizar, perceber, sentir, mover-nos, ler, somar ou emitir, desde respostas reflexas até as mais complexas análises relacionadas à física quântica.
Essa “poda neural” ocorre de forma bem intensa próximo dos 2 anos de idade e próximo dos 15 anos de idade. Nos casos de autismo regressivo acredita-se que essa poda é feita de forma errada, MENOR do que deveria, deixando o cérebro com mais sinapses do que um cérebro neurotípico (normal), ao invés de ser comunicação vira ruído.
Quanto antes entrar com intervenção mais eficaz será o tratamento e a criança poderá recuperar habilidades ou ser treinada para fazê-las.
A propósito quero contar que há 15 dias Enzo disse espontaneamente a TÃO TÃO TÃO esperada palavra: MAMÃE!!!
Eu estava esperando por ele na recepção do consultório da Fono, ele veio andando no corredor me olhando de forma diferente, me olhou bem fundo nos olhos, me enxergou e disse um SONORO: MAMAAAAAÃE!!!
Eu nem sei explicar a emoção! Foi muuuuuuito melhor que a primeira vez!
Eu chorava e ria ao mesmo tempo, nossa querida Fono, Cris, tentou distraí-lo para ele não ficar assustado e acho que chorei e ri uns 3 dias seguidos (rs)
Desde então ele tem me enxergado mais e a cada dia o “mamãe” é crescente nas nossas vida!
Glória a Deus por isso!
Valorizem as pequenas coisas, muitas vezes só percebemos o real valor que elas têm quando deixam de existir!!!"
No site universoautista.com.br, Amarílis Lage, da Folha de São Paulo relata que o psiquiatra Mercadante afirma:
"O autismo costuma aparecer antes dos três anos - nessa idade, diz Mercadante, há uma "poda neural" que reestrutura o cérebro. Suspeita-se que, nos autistas, essa "poda" seja diferente, alterando alguns circuitos cerebrais. Por isso, crianças autistas podem regredir e até parar de falar nessa idade".
A psicóloga Érika Andrade, mãe de criança com autismo e correspondente do site criancaesaude.com.br:
Além da plasticidade ser maior nos primeiros anos de vida, acontece também nessa época um fenômeno importante chamado “poda neuronal”. Tal fenômeno pode ser brevemente descrito como um momento em que o cérebro “descarta” os neurônios que até então não se desenvolveram ou não estavam sendo utilizados de maneira adequada.
Uma das primeiras podas neuronais ocorre na primeira infância, coincidindo, muitas vezes, com a época em que os pais relatam regressão e perda de habilidades por parte de seus filhos. Ou seja, os pais podem relacionar a regressão a causas ambientais e ela ter causas neurológicas. De qualquer forma, perdas de habilidades, em qualquer tempo, não podem ser desconsideradas. Mais que lamentar por elas, os pais devem vê-las como um sinal que está ali para mostrá-los que algo não está bem, precisa ser investigado e requer tomada de providências.
AUTISMO ATÍPICO
Questionamos nossa mestre @mayragaiato e o Dr. Alysson Muotry quanto quanto às PODAS NEURONAIS ao longo da vida e o impacto nas pessoas com AUTISMO. Indagamos se havia possibilidade de regressão em outro momento da vida, além da poda que acontece por volta dos 24 meses, que desencadeia o AUTISMO REGRESSIVO.
Nossa querida Mayra respondeu:
“A gente tem algumas podas ao longo do desenvolvimento neurológico. A PODA do AUTISMO acontece por VOLTA dos 2 ANOS de idade. Há sim algumas podas antes, outras depois, mas nos 2 anos de idade é quando acontece a poda nas áreas de linguagem, social, de interesses restritos. Então ela só pode acontecer por volta dos 2 anos. O critério para ser autismo é que os sintomas comecem antes dos 3 anos de idade. Isso é condição pra ser diagnosticado autismo. Está lá no DSM que é condição que aconteça antes dos 3 anos.
Depois disso, a gente tem OUTRAS PODAS. Tem a poda na adolescência, por exemplo, mas é OUTRA poda, é a poda da esquizofrenia, por exemplo. Você não vê crianças com esquizofrenia, porque não é na infância que acontece essa redistribuição neuronal. Quando acontece é na adolescência, então a gente só vê jovens iniciando a psicose. Então, as outras podas que acontecem depois são de OUTRAS COISAS, que qualquer um está arriscado a ter. Algumas crianças com autismo têm um pouco mais chance de esquizofrenia também, porque alguns dos genes, dos mais de mil que já foram associados ao autismo, alguns estão relacionados à esquizofrenia também, mas não têm ainda uma determinação.
Então, sim, temos OUTRAS PODAS ao longo da vida, mas que NÃO INFLUENCIAM em NADA no COMPORTAMENTO AUTÍSTICO. Então a gente não poder ter autismo depois, não pode acontecer poda de autismo depois. Isso não existe!
Se acontecer, será outro transtorno. Acontecem sim outras poucas, mas não relacionadas ao autismo, mas sim a outras doenças”.
Já Dr. Alysson Muotry entende que a poda neuronal desencadear o autismo regressivo é apenas uma hipótese.
HÁ OUTRAS PODAS NEURONAIS QUE AFETEM O AUTISMO?
Perda das Habilidades
Dra. Maria Cláudia Brito explica:
"Aproveite o tempo que você está com sua criança, brinque, converse, se conecte! As interações com a família são fundamentais para o desenvolvimento e saúde da criança.
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E fica o alerta: Perdas de habilidades em qualquer idade devem ser investigadas com cuidado!
Além das 2 possibilidades/hipóteses que mencionei no vídeo sobre perda de habilidades em bebês com sinais de Autismo, há também a influência de vários outros fatores, como os estímulos que a criança recebe da família, na escola, a alimentação, possíveis comorbidades (outras condições associadas como síndromes genéticas), e outras".
Assista o vídeo no link abaixo: