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Ansiedade, Medos e Fobias

ANSIEDADE, MEDOS E FOBIAS

 

É muito comum os autistas terem muitos medos e fobias. O Matheus, por exemplo, tinha pânico de TV's desligadas, temia que elas o fariam sumir! Explico com muito carinho que não precisa ter medo, que as TV's são amigas das crianças, que nos obedecem e colocam os desenhos que ele tanto gosta e que, quando está desligada, está dormindo... Mesmo assim, deixo ligada sempre que ele me pede! Com o tempo, o medo diminuiu e ele mesmo resolveu usando um tapa-olho para dormir nos ambientes que tiverem TV, para poder desligá-la.

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É muito comum o medo de alguns barulhos e ver o objeto que causa aquele barulho ajuda muito a lidar com ele! Temple Grandin, que tinha este medo, sugere que se grave este som para depois ouvi-lo bem baixinho e aos poucos ir aumentando o volume, até se acostumar com ele.

No livro "Autismo com Muito Orgulho", Cristiano Camargo conta que tinha fobia a insetos e que ouvia barulhos no telhado de sua casa, o que o deixava em pânico quando morava sozinho!

Sobre os medos, segue vídeo da Mayra Gaiato, que explica que devemos evitar filmes e games violentos. Ainda que o medo for irreal, temos que acolher, e jamais disfarçar ou mudar de assunto! Explicar que existem perigos, mas que devemos enfrentar os medos e mostrar que estará sempre por perto! 

Para reduzir a ANSIEDADE na mudança de ROTINA, avise com ANTECEDÊNCIA e dê DICAS VISUAIS para organização psicológica. Ir ao SHOPPING ou ao MERCADO pode ser um grande DESAFIO para uma criança com autismo, pelo excesso de estímulos visuais, barulho, aglomero de pessoas, olhares, etc. Seguem então algumas DICAS! É importante treiná-los para esses passeios, pois fazem parte da vida em sociedade! Mas nem pense em fazer as compras do mês, seja rápido inicialmente e vá AUMENTANDO O TEMPO de permanência à medida que for se acostumando! E não se importe com o julgamento de estranhos caso faça uma birra, o importante é buscar a SUPERAÇÃO pelo futuro dos nossos filhos!!! 

O Facebook Psiquiatria Infantil Cuiabá fala sobre os medos das crianças e como lidar com eles:

O site www.snagglebox.com apresenta algumas dicas para reduzir o medo das crianças com Autismo, segue um RESUMO por autistologos (quadro vermelho):

TRANSTORNO DE ANSIEDADE

Como ensina a neuropediatra Dra. Deborah Kerches em seu instagram @dradeborahkerches:

 

"Cerca de 40 a 66% das pessoas no espectro autista apresentam transtornos ansiosos. Dificuldades em prever ações; interpretar pessoas e o ambiente; em iniciar, manter e responder a relacionamentos de amizade, familiares ou amorosos, assim como aumento das demandas sociais, somados a alterações de processamento sensorial e inabilidades em lidar com o novo, podem levar a situações de ansiedade crescente, sendo estes fatores relacionados com o desenvolvimento de transtornos ansiosos e fobias.

Vale lembrar que o que determina o quanto um evento é estressante e/ou ameaçador para determinada pessoa (estando ela no espectro autista ou não) é a percepção que ela tem a respeito do grau “da ameaça/do estresse” da situação/do ambiente e do tanto de controle que ela acredita ter sobre isto.

Pessoas com TEA apresentam ainda maior dificuldade neste sentido, o que pode gerar respostas exacerbadas, não consistentes com determinadas situações estressantes e/ou com perfil ameaçador.

Os transtornos ansiosos dificultam ainda mais a comunicação e interação social, costumam intensificar comportamentos disruptivos e/ou autolesivos, sintomas sensoriais, distúrbios do sono e alimentares, entre outros.

Comportamentos repetitivos podem, em parte, servir para incutir certa previsibilidade e diminuir a ansiedade momentaneamente, dessa forma, pessoas com TEA e transtornos de ansiedade podem apresentar agravamento das estereotipias, comportamentos roteirizados e ritualísticos, pensamentos obsessivos, necessidade de rotina, entre outros.

A associação de TEA e transtornos de ansiedade pode ainda aumentar a predisposição para outras comorbidades, como transtorno obsessivo compulsivo, depressão, síndrome do pânico, entre outras.

Na avaliação devemos lembrar que pessoas com TEA podem não apresentar recursos de linguagem ou discernimento suficientes para descrever seus sintomas, dessa forma, uma análise funcional do comportamento, histórico familiar e estressores auxilia no diagnóstico. O tratamento prevê intervenções multiprofissionais, rede de apoio e medicação quando necessário".


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TRANSTORNO DE ANSIEDADE

Como ensina a neuropediatra Dra. Deborah Kerches em seu instagram @dradeborahkerches:

 

"Entre os tipos mais comuns de ansiedade na infância e adolescência, está o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), que é caracterizado por uma preocupação excessiva e incontrolável sobre diversos aspectos da vida, de forma constante e intensa.


A criança ou adolescente acumula preocupações diversas, como: seu desempenho escolar; o bem-estar e a segurança de seus familiares e animais de estimação; a opinião das pessoas a respeito dela; situações do dia a dia (o que fazer, o que vestir) etc. Tende a preocupar-se excessivamente com fenômenos climáticos, violência, morte, guerras, acidentes e até com finanças da família e a sentir medos.


Os sintomas do TAG podem inclusive se tornar físicos, através de dores de cabeça, dores de barriga, suor excessivo e tremor, especialmente diante de situações que geram expectativa. Dificuldades para dormir também são frequentes.


A preocupação está no quanto isso afeta o comportamento e a qualidade de vida da criança. Quando os sinais de ansiedade são persistentes e intensos, quando a criança apresenta também sintomas físicos (tremor, suor excessivo, dor abdominal) e/ou a ansiedade passa a impedir a criança de realizar tarefas simples (como brincar com outras crianças, dormir, ir à escola etc.), o quadro merece atenção especial.


A criança com TAG, se não assistida adequadamente, tende a se isolar, a apresentar queda de rendimento escolar, evitar as mais variadas situações e pode desenvolver depressão. Tudo isso reforça a importância dos pais estarem atentos e não hesitarem em buscar ajuda médica tão logo notem sinais de ansiedade excessiva em seus filhos.


O tratamento para o Transtorno de Ansiedade Generalizada prevê terapia comportamental, em alguns casos medicação e exige consciência e atuação da família e de todos aqueles que fazem parte da vida desta criança ou adolescente".


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Como reduzir o medo para crianças autistas

 

O mundo às vezes pode ser um lugar confuso, imprevisível e ameaçador para crianças autistas. Mas isso é apenas metade da razão pela qual eles experimentam o medo com tanta frequência - não é apenas que eles se sintam mais ameaçados, mas que suas reações a essas ameaças são muitas vezes incompreendidas.

 

As crianças autistas nem sempre experimentam o medo de uma forma que a maioria das pessoas espera ou entende. Isso pode resultar em três situações muito comuns em que seu medo é esquecido:

 

Não é reconhecido:

Os comportamentos não parecem medo e são mal interpretados como outra coisa.

 

Não é esperado:

A situação é uma em que as crianças geralmente não experimentam medo, por isso os cuidadores não estão preparados ou estão atentos a uma reação de medo.

 

Não é reconhecido:

Eles parecem com medo, mas o objeto desse medo não é algo que a maioria das pessoas ache assustador.

 

O resultado dessa confusão é que essas crianças perdem a proteção e o conforto quando mais precisam.

 

A incompreensão do medo significa que eles precisam experimentar muito mais, o que não é apenas prejudicial para a saúde a longo prazo, mas também para a confiança que sentem nas pessoas que cuidam deles.

Vamos dar uma olhada nessas situações em mais detalhes.

 

Formas de que o medo é mal compreendido no autismo

 

1. Reconhecendo o medo

 

Achamos que sabemos como é o medo - respiração rápida, coração acelerado, suor, choro, se esconder, querer correr. Mas e quanto a gritar? Recusando-se a fazer alguma coisa? Ignorando você? Falando de volta? Ficar parado?

 

O medo é sobre fuga e evitação, e essas reações nem sempre são tão diretas quanto parecem à primeira vista. Apegando-se a rotina, stimming, ecolalia, agressão, acidentes de toalete, remexendo, removendo roupas, questionamento constante e repetitivo ... estas também podem ser reações a sentir medo.

 

Enquanto nossos corpos se preparam para correr ou se defender, nos sentimos tontos, enjoados, inquietos, trêmulos e tensos - essa súbita onda de sensações pode ser desagradável e sobrecarregar as crianças hipersensíveis. O medo faz nossas gargantas se apertarem e podemos ter problemas para conversar ou nos fazer entender, o que pode ser desconfortável e frustrante. É difícil de engolir também e nossa digestão começa a diminuir, o que torna difícil de comer.

 

Quando a adrenalina entra em cena, de repente estamos bem acordados e nossos músculos ficam tensos em preparação para a batalha, o que pode dificultar a acomodação ou o sono. As pupilas se dilatam para absorver mais luz, e podemos sentir arrepios e outras sensações que parecem estranhas e desconfortáveis ​​para os corpos pequenos, até dolorosos para alguns.

 

Todas essas reações involuntárias estão impulsionando o corpo a entrar no modo “Eu farei o que puder para me proteger dessa ameaça” - que pode parecer exatamente como descumprimento, abstinência, hiperatividade, agressão ou ser teimoso, assim como definindo as condições perfeitas para um colapso.

 

2. Antecipando o medo

 

Crianças com autismo muitas vezes experimentam medo em situações em que não é a reação usual - sentar na sala de aula, visitar o shopping, comer uma nova comida, cantar Parabéns, um dia de vento no parque, uma súbita mudança nos planos.

 

Situações como essas podem ser assustadoras ou até mesmo assustadoras para elas, mas é fácil que esse medo seja negligenciado, banalizado ou mal interpretado quando não é a resposta esperada. Isto é especialmente verdadeiro em situações que as crianças geralmente gostam, como festas de aniversário ou obter uma surpresa ou ter suas realizações reconhecidas com uma rodada de aplausos. Estamos tão acostumados a assumir que todos amam essas coisas que estamos menos preparados para perceber que algumas crianças podem, de fato, ter medo.

 

3. Reconhecendo o medo

 

Eu ouço coisas assim o tempo todo em referência a crianças autistas:

 

"Ele tem muitos medos desnecessários"

"Ela está com muito medo de coisas que são inofensivas"

"Por que eles têm tanto medo de coisas que não são assustadoras?"

Mas ninguém tem medo de algo que não seja assustador ... para eles.

 

O medo é uma resposta natural de sobrevivência a coisas dolorosas, confusas, imprevisíveis ou insuportáveis. E essa é uma das razões pelas quais o medo é uma reação tão comum para crianças autistas - há muitas coisas em seu ambiente que são dolorosas, confusas, imprevisíveis e insuportáveis ​​para elas. Isto é evidente em quão fortemente eles se apegam às coisas que podem ajudar a reduzir esses medos, como regras e rotina.

 

Espera-se que as crianças respondam com medo a ameaças "válidas", como carros em movimento, sendo separadas de um pai, rosnando cães e alturas. Mas essa mesma reação de medo em reação a luzes brilhantes, sobrecarga sensorial, acordar, rostos sorridentes, caroços em sua comida, mudanças inesperadas ou a forma de um biscoito é considerada estranha simplesmente porque essas coisas não são ameaçadoras para a maioria das pessoas.

 

O fato de esses medos serem menos comuns não torna a reação menos real ou diminui o sofrimento que eles podem causar a essas crianças. Algo que parece inofensivo para uma pessoa ainda pode representar uma ameaça para os outros, e se a ameaça é real ou apenas percebida não tem impacto sobre a quantidade de medo que é experimentado.

 

O custo de entender mal as reações de medo

 

Há muito poucas pessoas que ignorariam uma criança assustada ou responderiam com irritação, raiva, frustração, crítica ou disciplina ... mas e as vezes em que você não sabe que estão com medo?

 

Imagine que uma mulher apavorada sai correndo do escritório, sendo perseguida por um urso. Seu chefe a interrompe e diz: “Não seja boba, isso não é um urso. Agora, volte para lá ou você será demitida. "Isso parece ridículo e, no entanto, é exatamente o tipo de reação que essas crianças costumam ter quando o medo é mal interpretado. Em vez de conforto e apoio, seu impulso de correr, esconder, evitar ou escapar da ameaça percebida é recebido com desaprovação, punição ou tentativas de modificar o comportamento.

 

O que não é apenas infeliz, mas inadequado, porque o medo não é uma escolha. É uma cadeia de reações químicas, e nenhuma recompensa, punição ou força de vontade vai mudar uma resposta involuntária de sobrevivência.

 

Nós não escolhemos ter medo de ameaças e não podemos desencadear conscientemente nem desligar nossa resposta fisiológica a elas.

Não entender o medo deles também pode ser prejudicial de muitas outras maneiras:

 

Eles têm que experimentá-lo com mais freqüência do que precisam

Eles perdem o conforto e o apoio necessários

Eles acreditam que a reação deles ao medo é errada ou ruim

Eles aprendem que não há sentido em conseguir ajuda quando estão com medo (ou pior, que precisam manter segredo), porque isso só os deixará mais encrencados

Eles perdem a confiança na capacidade dos cuidadores para protegê-los

Este último é tão importante. Uma criança que tem medo acredita que eles estão em perigo - sem compartilhar seu conhecimento de que eles estão seguros, é fácil para eles assumirem que não apenas você está deixando de protegê-los, mas você está ativamente colocando-os em perigo ... então agora eles precisam se defender contra você e a ameaça.

 

Tudo isso pode ser extremamente prejudicial para desenvolver a confiança com crianças autistas, especialmente aquelas que estão sentindo medo - elas precisam saber que seus cuidadores são uma fonte confiável e consistente de proteção contra as ameaças ao seu redor, sejam elas reais ou apenas percebidas.

 

 

Dicas para ajudar a reduzir o medo para crianças autistas

 

1. Aprenda a reconhecer o que o medo parece para eles

 

Pode ser diferente do que parece e se sente para você.

 

2. Reconheça e respeite seu medo

 

Quando você perceber o que você acha que pode ser uma reação de medo, deixe-os saber que você entende. Garanta a eles que a reação deles é boa, que você não é um adversário e que vai ajudar.

 

3. Fornecer segurança

 

Seu trabalho não é convencê-los de que o medo deles é indevido, mas de protegê-los da ameaça de uma maneira que pareça proteção para eles. Os medos não desaparecem apenas porque nos dizem para parar de ter medo ou de que "tudo está bem". Precisamos acreditar que não há ameaça. Precisamos nos sentir seguros de que existe um lugar seguro para nos retirarmos e que a proteção está disponível para nós.

 

Ameaças parecem mais assustadoras quando não temos controle sobre elas ou nossa capacidade de nos proteger. Muitos garotos autistas têm medos que se enquadram nessa categoria - eles quebrarão uma regra que eles não sabiam que existia, outra pessoa quebraria as regras, eles aleatoriamente se meteriam em problemas por algo, alguém de repente começaria uma conversa com eles ... as ameaças parecem constantes e imprevisíveis.

 

Fornecer algum controle sobre essas coisas, quando possível, pode dar uma sensação tranquilizadora de segurança. Por exemplo, as crianças que têm medo de que o alarme de incêndio dispara podem se sentir mais seguras, tendo um cronograma antecipado de qualquer simulação de incêndio planejada E um plano de resposta, caso o alarme seja disparado acidentalmente por alguém.

 

Certifique-se de que sua solução não envolva inadvertidamente outro medo também. Um exemplo comum disso é “Vá e fale com o professor” ou “Encontre alguém para ajudá-lo” - ambas as coisas podem ser terríveis em si mesmas, ainda mais do que a ameaça original que a criança está tentando evitar. .

 

4. Investigue a ameaça

 

Às vezes pode ser difícil entender exatamente o que está desencadeando o medo ou por que isso é perigoso para eles, mas identificar e evitar ameaças potenciais ajudará a reduzir o medo que eles têm de experimentar.

 

Manter um diário de vezes que eles parecem com medo pode revelar algumas pistas que você ignorou ou ajudá-lo a criar um padrão. Algumas crianças podem ser capazes de explicá-las quando se sentirem seguras, mas você também pode nunca saber por que algo parece uma ameaça para elas ... lembre-se de que isso não precisa impedi-lo de fornecer proteção a elas.

 

A linha de fundo

 

O modo como as crianças autistas respondem às ameaças percebidas é, muitas vezes, mal entendido e mal interpretado, o que faz com que elas tenham que sentir mais medo do que o necessário. Não precisa ser assim: entender, respeitar e agir de acordo com as reações de medo ajudará muito a fazê-los se sentir seguros e a reduzir a quantidade de tempo que passam sentindo medo.

 

Então, da próxima vez que seu filho fugir das meias azuis e não das vermelhas, ou seu aluno ficar fora da sala de aula durante uma simulação de incêndio, lembre-se de que tudo o que eles sabem é que seu corpo está tentando avisá-los sobre um perigo. parece muito real. Eles estão tentando se manter seguros e estão procurando por você para ajudá-los a fazer isso.

 

 

NELSON MARRA

Em seu depoimento, o jovem fotógrafo com Autismo, NELSON MARRA @nelsonmarra, 

explica que as AUTO-LESÕES NÃO “MACHUCAM”, mas, pelo contrário, geram ALÍVIO FÍSICO a estados emocionais extremos. Relata ainda as SITUAÇÕES que geralmente os leva às auto-lesões, como, por exemplo, uma MUDANÇA repentina na ROTINA. 

Seu relato alerta para a importância de PRÉVIO AVISO e AJUDA VISUAL nas mudanças de ROTINA. 

Além disto, perceba que PALMADAS como forma de disciplina podem gerar efeito CONTRÁRIO, servindo até como um REFORÇADOR de conduta, pois podem ser um ALÍVIO para CRIANÇAS COM AUTISMO, mais um motivo para  serem EVITADAS, o que, aliás, é PROIBIDO por lei, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Salientamos que devemos INTERROMPER ou DESENCORAJAR o stimming quando “AUTO-LESIVO”, em especial quando prejudicar a saúde e a integridade física da criança! 

Para saber mais, veja o Link TRATAMENTO nas páginas Esteriotipias - Stimming e Rotina, conforme link abaixo:

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BALÃO

Temple Grandin

No livro O Cérebro Autista, Temple Grandin explica que tinha pânico ao ver balões, só de imaginar que eles poderiam estourar e que não suportava esse barulho. Recomenda então que se dê o balão para a própria criança estourar, para que possa prever e assim acostumar os ouvidos.  

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MEDO DE RUÍDOS

Temple Grandin

Quanto ao medo de outros ruídos, como o de um liquidificador, por exemplo, sugere que se grave o som e que se vá reproduzindo bem baixinho para a criança e aos poucos ir aumentado, até que se acostume com o ruído. 

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MEDO DE RUÍDOS

Temple Grandin

O mesmo vale para outros ruídos, como fogos de artifício também! É importante conversar com a criança e explicar que são como estrelinhas no céu, que estão explodindo para comemorar algo muito legal e que não machucará. É importante antes do reveillon, mostrar vídeos de fogos de artifício, começando bem baixinho e aumentando. Explicar para criança que à meia-noite haverá fogos, para que ela se organize e esteja preparada. Se a criança ficar com medo mesmo assim, leve-a para um local reservado. 

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AUTISMO E MEDO

Fátima Kwant

Como explica Fátima de Kwant:

 

"Os autistas sentem muito medo. Como toda criatura sensível e altamente perceptiva, a pessoa com autismo absorve a energia das pessoas à sua volta. Talvez ela não saiba falar, ou se comunicar de qualquer jeito. Mas sente. Sente emoções, sente a energia que emana de quem está perto dela. A pessoa autista tem medo e ansiedade. Ela sente que é julgada o tempo todo. “O que vão pensar de mim?”
“Estou olhando direito?” “Estou sorrindo direito?”
“Estou andando direito?”
“O que eu faço está certo ou errado?”
“Devo perguntar?”
“Devo calar?”

 

Perguntas que giram na cabeça dos autistas o tempo todo. Perguntas que ganham vida própria e dão início a mais perguntas. Um cérebro que não para.
 

Ansiedade e medo acompanham a pessoa autista, em todos os graus. Os que têm a sorte de ter acompanhamento, encontram direcionamento para agirem e viverem sem (ou pouco) medo.
 

É preciso ajudar os autistas a não se sentirem julgados, observados, intimidados.
 

Em primeiro lugar, que saibam que não tem nada de errado com eles, até que vem alguém e diz que tem algo errado com eles.
 

Os autistas não precisam de críticas, mas de compreensão. Precisam saber que têm escolhas; ser estranho feliz, ou ser normal infeliz. Seja o que for, que seja opção deles. Isso vai diminuir o medo e a ansiedade pois todo mundo, autista ou não, merece seu poder de escolha.
 

Menos julgamento. Menos comparação com o que e quem é normal.

 

Menos correção. Menos cobrança. Mais tranquilidade. Mais reforço no que ele faz de positivo. Mais paciência.
 

Mais papo que o faça entender e querer participar da vida da gente.
O medo é criação da ansiedade extrapolada. A ansiedade é a resposta negativa à pressão de ser quem não se é. Elimine a pressão, acabe com o medo. Aumente a confiança, acabe com o medo".

 

MEDO DE UM VASO VERMELHO

 

O jovem músico Marcos Petry conta que também tinha medos irracionais, como por exemplo de um vaso vermelho que havia na casa de sua vó. Explica que na verdade ele tinha aversão ao quadro, mas não conseguia entender isso na época:​

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TRANSTORNO ANSIEDADE

Dra. Deborah Kerches explica:

 

"Entre os tipos mais comuns de ansiedade na infância e adolescência, está o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), que é caracterizado por uma preocupação excessiva e incontrolável sobre diversos aspectos da vida, de forma constante e intensa.
A criança ou adolescente acumula preocupações diversas, como: seu desempenho escolar; o bem-estar e a segurança de seus familiares e animais de estimação; a opinião das pessoas a respeito dela; situações do dia a dia (o que fazer, o que vestir) etc. Tende a preocupar-se excessivamente com fenômenos climáticos, violência, morte, guerras, acidentes e até com finanças da família e a sentir medos.
Os sintomas do TAG podem inclusive se tornar físicos, através de dores de cabeça, dores de barriga, suor excessivo e tremor, especialmente diante de situações que geram expectativa. Dificuldades para dormir também são frequentes.
A preocupação está no quanto isso afeta o comportamento e a qualidade de vida da criança. Quando os sinais de ansiedade são persistentes e intensos, quando a criança apresenta também sintomas físicos (tremor, suor excessivo, dor abdominal) e/ou a ansiedade passa a impedir a criança de realizar tarefas simples (como brincar com outras crianças, dormir, ir à escola etc.), o quadro merece atenção especial.
A criança com TAG, se não assistida adequadamente, tende a se isolar, a apresentar queda de rendimento escolar, evitar as mais variadas situações e pode desenvolver depressão. Tudo isso reforça a importância dos pais estarem atentos e não hesitarem em buscar ajuda médica tão logo notem sinais de ansiedade excessiva em seus filhos.
O tratamento para o Transtorno de Ansiedade Generalizada prevê terapia comportamental, em alguns casos medicação e exige consciência e atuação da família e de todos aqueles que fazem parte da vida desta criança ou adolescente.".

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SÍNDROME DO PÂNICO

Dra. Deborah Kerches explica:

 

"A Síndrome do Pânico é um transtorno ansioso mais comum entre adultos, mas pode ocorrer em crianças e adolescentes. Caracteriza-se por “crise de pânico” (medo intenso que algo ruim aconteça sem motivo aparente) que pode acompanhar sintomas físicos (tremor, tontura, taquicardia, etc). No Brasil não há dados sobre sua incidência em crianças, mas sabe-se que é menor do que em adolescentes. Pode causar prejuízos no desenvolvimento e qualidade de vida, com possíveis consequências negativas ao longo da vida quando ignorada/não diagnosticada/não tratada precoce e adequadamente. Manifesta-se de forma bem parecida em crianças, adolescentes ou adultos - crises de ansiedade associadas ao medo (ou seja, um movimento duplo de sentir algo e temer o que se sente). Os gatilhos para a crise podem ser inúmeros e são bem particulares, como medo de morrer, ter outra crise de pânico, locais fechados ou abertos, de muitas pessoas etc.
Crianças naturalmente têm mais dificuldade para expressarem seus medos e podem acabar querendo ficar o tempo todo perto dos pais, evitar situações e lugares (onde acham que podem ter uma crise) e até apresentarem terrores noturnos.
Ter medo de algo não significa ter “síndrome do pânico”. Quando este medo é intenso e a possibilidade do perigo é tão real quanto à própria presença do perigo e essa angústia chega a incapacitar a criança para outras atividades, causar prejuízos escolares, na socialização e em outros contextos, merece investigação e intervenção necessárias. As causas resultam da interação entre genética e ambiente que inclui desde experiências traumáticas (acidente de carro, assalto, bullying, tempestade etc.) até convivência com adultos ansiosos e/ou estressados (que acabam sendo exemplos para a criança sobre como encarar a realidade). O tratamento nesta faixa etária envolve terapia comportamental e, em alguns casos, medicamento.
Durante uma crise os pais devem tentar acalmar a criança, oferecendo apoio e segurança. É importante que os pais não menosprezem os sentimentos da criança. A compreensão sobre o quadro é essencial para que os pais possam oferecer além do tratamento, amor e acolhimento. #dradeborahkerches #sindromedopanico".

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DEPRESSÃO

Dra. Deborah Kerches explica:

 

"A prevalência mundial de depressão na faixa etária de 6 a 12 anos aumentou de 4,5% para 8% na última década, segundo a OMS; sendo praticamente a mesma entre meninos e meninas. Na adolescência, a prevalência é maior em meninas.
Identificar os sinais precocemente (que podem ser sutis) nos permite ter oportunidades de intervir adequadamente evitando prejuízos no desenvolvimento e qualidade de vida. Depressão é doença e precisa ser tratada!
Alguns sinais que podem estar presentes na criança ou adolescente: isolamento; perda de interesse em brincar e em atividades coletivas, em explorar o ambiente e/ou ir para a escola; distúrbios alimentares (comer compulsivamente ou inapetência); sintomas físicos (dor abdominal, cefaleia, dor no peito, cansaço); alterações do sono (insônia, despertares noturnos, pesadelos); medos; choro excessivo ou sem motivo aparente; explosões de raiva, agressividade e descontrole emocional; prejuízos no rendimento escolar; baixa autoestima e dificuldade de socialização. Nos adolescentes, em especial, além dos citados, são sinais de alarme: sensação de culpa, falta de empatia, perda de interesse em atividades antes prazerosas, problemas com autoridade, alterações de peso, alterações na forma de se apresentar (como vestimentas e/ou má higiene pessoal), passividade, automutilação, mudança de grupos de amizades, pensamentos pessimistas e ideações suicidas.
A depressão é uma doença multifatorial, com influência genética e ambiental – dentre as quais se destacam atualmente o cyberbullying e exposição excessiva às telas e a conteúdos inadequados ou violentos. A depressão na infância e adolescência pode estar associada a outras condições como Transtornos Ansiosos, Transtorno Opositor Desafiador e de Conduta, TDAH, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno Obsessivo Compulsivo, entre outros.
Ao notar sinais em seus filhos, os pais não devem hesitar em buscar um especialista. O tratamento prevê terapia cognitivo comportamental, orientação aos pais e rede de apoio (familiar, escolar e amigos) associadas, em alguns casos, à medicação".

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TRANSTORNO ANSIEDADE SEPARAÇÃO

Dra. Deborah Kerches explica:

 

"A ansiedade de separação é decorrente de um medo intenso, exagerado de se separar, perder uma pessoa importante do seu vínculo, geralmente um dos pais ou cuidador (mais frequentemente a mãe).
A prevalência em crianças e adolescentes é de 4% e mais em meninas. Se inicia antes dos 18 anos e tem duração mínima de 4 semanas.
A dificuldade com a separação é relativamente comum entre crianças de 8 meses a 2 anos, mas tende a desaparecer conforme a criança amadurece e entende que a separação é pontual, que os seus pais ou outra pessoa de vínculo importante irão retornar, porém quando crianças e adolescentes se tornam tão ansiosos quando distantes da pessoa do vínculo, a ponto de trazer sofrimento e prejuízos significativos sociais, escolares, familiares ou persistir além dessa idade e/ou ressurgir em outra fase da vida da criança, o quadro merece atenção.


Sinais de alerta - sofrimento excessivo e recorrente, queixas físicas repetidas, medo exagerado, recusa em ir para escola ou outro lugar mesmo que prazeiroso frente à possibilidade de se separar da pessoa de grande vínculo/apego; distúrbios de sono como insônia, pesadelos sobre separação, medo de dormir e ficar sozinho mesmo que em um cômodo da casa mas longe da pessoa de apego; preocupação persistente que um evento indesejado possa separar dessa pessoa.


Predisposição genética, fatores ambientais e biológicos estão relacionados às causas. É importante avaliar ambientes familiares estressantes, com pessoas ansiosas e situações traumáticas já que a criança aprende a se comportar de acordo com experiências vivenciadas.


O tratamento envolve terapia comportamental, ajuste e apoio familiar, conscientizar pais e familiares da importância de mudar seus comportamentos ansiosos, temerosos e preocupações excessivas e incentivar seus filhos a desenvolverem maior autonomia para lidar com seus sentimentos, medos e inseguranças promovendo um ambiente seguro, em que se sintam amparados, confiantes e amados e que, ao mesmo tempo, possam se expressar sem julgamentos.


(Artigo disponível na minha coluna do www.blogmundomae.com.br)".

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DICAS PANDEMIA

Seguem as dicas do IG @depoisdoautismo durante a pandemia:

  • Não há dúvida de que a situação atual em que vivemos pode provocar reações de estresse nas nossas crianças. De repente elas foram obrigadas a conviver com a perda da escola presencial, dos passeios, do convivio com os coleguinhas e família. Cada um reage à sua maneira às adversidades, mas, em alguns casos isso pode refletir em falta de foco, choro, insônia, irritação, crises de ansiedade e agressividade.⁣⁣
    ⁣⁣
    Nem sempre as crianças conseguem expressar seus sentimentos e externalizar da forma adequada algumas das suas frustrações. E, em se tratando de crianças atípicas isso pode ser ainda mais complicado requerendo de nós, pais, uma atenção especial. Por isso é tão importante trabalhar regulação emocional com nossos filhos para que eles consigam reconhecer questões desafiadoras para eles e, também possam encontrar estratégias para lidar com tais questões da melhor maneira possível. ⁣⁣
    ⁣⁣
    Um exemplo sobre como trabalhar a habilidade de regulação emocional com nossos filhos é ajudando-os a identificar diferentes estratégias que podem ser utilizadas em uma situação de estresse. Explicar que o importante é fazer qualquer coisa que dê a eles tempo para retomar o controle do pensamento e conseguir substituir o pensamento que os irritam por um outro mais positivo. Cada criança é diferente, e cada uma vai precisar de uma ação diferente para começar a se acalmar. ⁣⁣
    Ajude seu filho a identificar quais ações/atividades são adequadas para ele.⁣⁣
    ⁣⁣
    Alguns exemplos que são acessíveis e que podem ajudar a iniciar este processo são: atividades de controle da respiração, uso de balanços (incluindo sensoriais, redes, cadeiras), locais em que a criança possa se sentir segura e ter o seu momento sozinha para refletir, locais confortáveis para sentar e ler um livro, ouvir uma playlist calma com músicas que a criança goste, exercícios de alongamento e yoga, atividades que envolvam contagem e quebra-cabeça que são capazes de desviar o foco da criança, de preferência usando as suas áreas de interesse".⁣⁣

     

FOBIAS

Dra. Deborah Kerches aborda sobre os MEDOS no AUTISMO:

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Dica de APP

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