Terapia de Integração Sensorial
VISUAL
Temple Grandin no livro Cérebro Autista conta a história de pessoas que, devido à sensibilidade visual, não conseguiam frequentar locais muito iluminados e que tinham dificuldade de ler em virtude deste problema.
Em alguns casos, esta Fotofobia, que prejudica o aprendizado, denomina-se Síndrome de Irlen, conforme o artigo da Dra. Márcia Guimarães, publicado no site sindromedeirlen.com.br, que abaixo transcrevemos:
"A Síndrome de Irlen (S.I.) é uma alteração visuoperceptual, causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura. A Síndrome tem caráter familiar, com um ou ambos os pais também portadores em graus e intensidades variáveis. Suas manifestações são mais evidentes nos períodos de maior demanda de atenção visual, como nas atividades acadêmicas e profissionais que envolvem leitura por tempo prolongado, seja com material impresso ou computador. (...)
A pesquisadora concentrou seus estudos nos sintomas “visuais” que estes adultos apresentavam, denominando-os de Síndrome da Sensibilidade Escotópica – fazendo alusão ao escuro – devido à preferência por locais menos iluminados durante tarefas com maior exigência visual. Além da fotofobia, cinco outras manifestações podiam estar presentes: problemas na resolução viso-espacial, restrição de alcance focal, dificuldades na manutenção do foco e astenopia e na percepção de profundidade.
A fotofobia geralmente se manifesta através de queixas de brilho ou reflexo do papel branco, que compete com o texto impresso e desvia a atenção do conteúdo a ser lido, comprometendo a atenção.
Luzes fluorescentes são particularmente desconfortáveis e geram irritabilidade. Até mesmo a luz solar direta, faróis de carros e postes à noite causam incomodo aos portadores da SI e cefaléias por essa exposição. Em muitos casos, há hábito de uso constante de óculos de sol.
As alterações da habilidade de resolução viso-espacial produzem sensação de desfocamento e de movimentação das letras que pulsam, tremem, vibram, aglomeram-se ou desaparecem, impactando na atenção e compreensão do texto que esta sendo lido. As distorções à leitura foram também objeto de relatos por parte de outros autores como Meares (1980), Whiting (1985) e Robinson & Miles (1987) 4,5,6.
A restrição do foco limita a abrangência visual e reduz o número de letras apreendidas fazendo com que palavras sejam vistas parceladamente, o que requer uma segunda etapa associativa para coerência e compreensão. A restrição no alcance focal pode ainda causar dificuldades na organização do texto em segmentos significativos ou porções sintáticas, sendo esta uma característica presente em leitores deficientes. Em geral, bons leitores ampliam progressivamente o campo de visão, passando a reconhecer as palavras familiares pelo conjunto ou lexicalmente de forma a registrar as pistas visuais necessárias para uma interpretação rápida e correta do significado do texto naquele ponto".
Segue link do texto completo abaixo
Esta sensibilidade pode ser amenizada das seguintes formas:
LENTES COLORIDAS
O uso de lentes coloridas pode ajudar a diminuir a sensibilidade visual. Cada um deve procurar a lente com a cor que melhor se adapte.
FOLHAS COLORIDAS
Temple relata ainda que, além do uso de óculos com lentes coloridas, o uso de papel colorido, cujo tom deve ser escolhido de acordo com cada pessoa que tiver dificuldade, permite uma facilidade muito maior de leitura. A autora conta que conheceu diversas pessoas que passaram a ler com muita facillidade após adotar esse mecanismo.
SOBREPOSIÇÕES COLORIDAS
Sobreposições coloridas (transparências de acetato) também podem amenizar o problema.
LUPA
Como ensina o IG @friskasensorial: "Vocês já experimentaram dar um lupa para as crianças?! Além de muito divertido, é uma excelente estimulação visual!
É uma atividade, barata, simples, por que da para fazer no quintal de casa, eles vão se surpreender com as descobertas!"
5 HABILIDADES VISUAIS
Fala Fono - Ju Trentini
AS LUZES PISCAM
Como explica o IG @autism.os:
"Você sabia que algumas luzes piscam?
Por exemplo, as luzes fluorescentes cintilam bastante. Esse é o fenômeno denominado flickering em inglês. Acontece que o autista não só consegue perceber essa cintilação como também fica muito incomodado com ela.
Além disso, o cérebro autista pode ficar sobrecarregado com informações visuais. Como isso acontece?
Imagine que você está circulando por um supermercado buscando uma marca específica de sucos. A medida que seus olhos percorrem as prateleiras você se depara com dezenas de rótulos com cores vibrantes tentando capturar sua atenção. Um a um seu cérebro processa rapidamente o nome de cada suco e o compara com o nome que você está procurando.
Você nem nota, mas no espaço de alguns minutos seu sistema visual processou inumeráveis detalhes visuais. Tudo isso gastou alguma energia mental, mas como tudo está configurado adequadamente dentro de seu crânio, você nem notou.
Para um autista a dificuldade em ignorar os estímulos sensoriais é ENORME.
A hipersensibilidade visual pode se manifestar através da intolerância a luz mais forte. Assim como os sons mais altos causam dor de ouvido, a luz mais forte causa dor de cabeça e aflição ocular".
Tiago Henriques