ESTERIOTIPIAS
De acordo com o DSM-V, Esteriotipias são definidas como "Perturbação de Movimentos Esteriotipados". Trata-se de um determinado comportamento motor com caráter repetitivo, aparentemente impulsivo e sem motivo, mas servem para autoestimulação e podem ser necessário para regular a criança em determinados momentos. Estes comportamentos são, no geral, movimentos ritmados da cabeça, mãos ou do corpo sem uma óbvia função.
Como explicou Dr. Hélio Van der Linden no Tcheadoro, os tipos mais comuns de esteriotipias são:
*olhar lateralizado;
* Flapping (chacoalhar de mãos e braços ao lado do corpo);
* Andar de um lado para o outro sem propósito;
Oulos e gritos sem motivo aparente;
* Observação atípica das mãos;
* Observar um objeto por um ângulo não habiltual;
* Movimentos pendulares do corpo;
* Autoagressão;
* Hiperoralidade.
➡️ Os comportamentos ESTEREOTIPADOS PREJUDICAM a APRENDIZAGEM, a ATENÇÃO, além de serem uma BARREIRA para a INTERAÇÃO social, pois além de impedir que a criança interaja nesses momentos, podem causar desconforto e até uma certa repulsa social, que pode ser prejudicial à pessoa com autismo, sofrer bullying, etc. No entanto, NÃO devemos BLOQUEÁ-las, pois são importantes para a AUTORREGULAÇÃO das pessoas com autismo.
➡️ Para PREVENIR e reduzir esses comportamentos, é importante ensinar comportamentos SUBSTITUTIVOS, que supram aquela necessidade, mas que tenham uma FUNÇÃO SOCIAL. A dica é introduzir na ROTINA ATIVIDADES que ATENDAM essa NECESSIDADE. Então se a criança balança as mãos 3 vezes ao dia, inclua jogos de bola que envolvam o movimentos das mãos 3 vezes ao dia, fazendo assim um movimento similar. Se a criança balança o corpo para a frente e para trás, podemos fazer uma brincadeira de gangorra (frente à frente, encoste seus pés com os da criança, dêem as mãos e quase encoste suas costas no chão e depois a criança faz o mesmo e assim por diante).
➡️ É importante sempre REFORÇAR os comportamentos SUBSTITUTIVOS, para que a criança aumente a frequência dessas brincadeiras e DIMINUAM as ESTERIOTIPIAS.
➡️ Quando a estereotipia envolve OBJETOS, o ideal é ensinar à criança a IMITAR comportamentos mais ADEQUADOS com esses mesmos objetos (regra 3 x 1 do Modelo Denver de Intervenção Precoce). .
➡️ O AUMENTO de REPERTÓRIO de outros comportamentos adequados e brincadeiras também irá levar à DIMINUIÇÃO dos comportamentos REPETITIVOS.
➡️ No entanto, sempre que envolverem qualquer tipo de AGRESSIVIDADE, as ESTERIOTIPIAS devem ser BLOQUEADAS, mesmo que não machuquem, pois é imprescindível eliminar esses comportamentos o quanto antes, antes que se consolidem no repertório. Nestes casos a criança deve ser CONTIDA. .
➡️ Se a criança tentar bater ou empurrar, por exemplo, SEGURE cuidadosamente seus BRACINHOS ao lado do corpo por alguns segundos e DIGA: “bater não” e depois solte. É importante que você não diga MAIS NADA, não faça contato visual, não mude sua face e nem o tom de voz e fale isso com uma voz monótona.
➡️ Se a criança quiser agredir novamente, segure por mais alguns segundos e repita: “bater não” e depois solte. Se ainda assim a criança continuar, repita segurando por mais alguns segundos, mas a partir daí não fale mais nada, apenas segure e solte, até que a criança desista de agredir. .
➡️ Lembre sempre de deixar as REGRA CLARAS através de material VISUAL como prevenção e, no momento da agressão mostre a imagem enquanto fala: “bater não”
ou “morder não”, etc.
Além disso, os comportamentos repetitivos de uma forma geral, dentre eles STIMMING (ou ESTERIOTIPIAS) (há também outros tipos, como quando a criança que gosta de enfileirar) podem ser desencadeados por questões sensoriais. Veja como diminuir a sensibilidade com Terapia de Integração Sensorial no link abaixo:
Percebendo que chamam atenção dos pais, muitas vezes até obtém outras vantagens, a criança pode persistir repetindo a esteriotipia por questões comportamentais. Por isso é importante não reforçar nesses momentos, durante a esteriotipia, não dê nenhum tipo de atenção, não brigue, não converse, não tente desvirtuar a atenção para outra coisa, pois tudo isso pode ser reforçador. Mantenha-se calmo e não faça contato visual nesse momento.
ENSINAR A COMEMORAR PODE DIMINUIR ESTERIORIPIAS?
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Precisamos diminuir o estigma das ESTERIOTIPIAS, para que se tornem socialmente aceitas, pois é uma NECESSIDADE das pessoas com autismo, algo que os regula.
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Mas como podem prejudicar o aprendizado e a interação, é importante encontrar formas de reduzir as esterioripias. Não devemos JAMAIS bloqueá-las, mas substituí-las por comportamentos mais adequados. .
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Se a criança está feliz porque ganhou um joguinho e aprendeu uma forma mais “adequada” de comemorar, a tendência é que as esteriotipias nesses momentos diminuam. Se aprende outras formas de gerenciar sua ansiedade, hiperexcitação, necessidade de estimulação sensorial também! .
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Outra forma de reduzir as esteriotipias é através das Rotinas Sensório-Sociais, onde as crianças encontram outras formas de se auto-regular, de se divertir e se estimular.
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A medida que aumento o repertório sensório social e motor da criança e que aumento as interações, as estereotipais começam a diminuir e isso é ótimo para o desenvolvimento da criança.
SE SEU FILHO ESTÁ GIRANDO A RODA DO CARRINHO, O QUE VOCÊ FAZ?
Para despertar o interesse do seu filho em você e nas INTERAÇÕES SOCIAIS, é importante SEGUIR a LIDERANÇA dele, entrando na brincadeira dele e tornando-se interessante para ele, NARRANDO o que ele estiver fazendo, fazendo sons engraçados, AJUDANDO ele a cumprir seus objetivos e IMITANDO suas ações. E quando ele estiver bem engajado, após imita-lo 3 vezes, apresente uma variação para ele imitar também, aumentando assim seu repertório de brincadeiras e tornando-o mais apto a interagir com outras crianças de sua idade.
Assim você estará estimulando o CONTATO VISUAL e IMITAÇÃO, que são pré-requisitos da linguagem VERBAL, além de dar o modelo verbal do que estiver no interesse dele.
Para saber mais, acesse o Cap. 4 do Livro Autismo Compreender e Agir em Família, que ensina os pais a aplicar em casa o Modelo Denver de Intervenção Precoce (que é uma forma mais naturalista da ciência ABA), conforme resumo abaixo.
ANDAR NA PONTA DOS PÉS
Alguns brinquedos podem suprir ou diminuir as esteriotipias. Confira no link abaixo a dica do IG @letice_artista:
ATIVIDADES FÍSICAS
Para diminuir Esteriotipias e Comportamentos Inapropriados
“Tem sido mostrado que o EXERCÍCIO antecedente REDUZ várias formas de COMPORTAMENTO PROBLEMÁTICO, incluindo ESTEREOTIPIA, AUTO-LESÃO, DISRUPTIVA e AGRESSÃO. (...) Porque o EXERCÍCIO antecedente pode ser realizado com um MÍNIMO de DICA e não requer um observador dedicado ou terapeuta, este demanda uma equipe menos intensiva do que as intervenções baseadas em consequências.” (Morrison, Roscoe e Atwell (2011) pg. 523), Fonte Facebook AMA).
JUDÔ
Douglas Gadêlha www.judorenascer.com.br
O Professor de Judô para crianças com Autismo, Douglas Gadêlha @judorenascer do @instisemaer, em Fortaleza - CE, dá literalmente uma aula! Por mais professores assim, dedicados a transformar a vida desses pequenos que amamos tanto e que são tuuuuudo para nós! E o lindo Gui dá um shoooow, enchendo de orgulho a linda mamãe Larisse do @maternidade.atipica, a grande idealizadora do #desafioautismo.
HABILIDADES MOTORAS
@autismogemelar
HABILIDADES MOTORAS com as princesas Nicole e Melissa, sempre suuuuper-estimuladas pela maravilhosa mamãe Vanessa do @autismogemelar.
Além disto, praticar atividades físicas que treinam as HABILIDADES MOTORAS (mesmo que seja em casa) é importante para que as crianças com Autismo adquiram INDEPENDÊNCIA, preparando o desenvolvimento motor para as atividades da vida diária, socialização, etc.
CIRCUITO
@autismogemelar
HABILIDADES MOTORAS com o Matheus e as princesas Nicole e Melissa.
O Circuito é uma atividade super-prazerosa para eles e bem fácil de colocar em prática.
STIMMING (ESTERIOTIPIAS)
Saiba mais sobre Stimming
Entenda um pouco mais sobre o Stimming, como explica também a Autista Amanda Paschoal e veja alguns exemplos. Lembrando que as pessoas neurotípicas também praticam o stimming, mas no caso das pessoas com autismo, o fazem de forma mais obsessiva e repetitiva, sem terem controle sobre essas práticas. Na maior parte dos casos, o stimming é inofensivo e até mesmo benéfico, por diminuir o nível de stress, mas deve ser reduzido ou regulado quando trouxer algum prejuízo à criança, como práticas auto-lesivas, bullyng ou práticas limitam seu desenvolvimento social.
ESTERIOTIPIAS
Mayra Gaiato e Dinara Souza
Alterações Sensoriais e a relação com as esteriotipias.
ESTERIOTIPIAS
Mayra Gaiato e Marcos Petry
Nossa mestre Mayra Gaiato e o jovem músico com Autismo, Marcos Petry, abordam sobre as Estriotipias.
ESTERIOTIPIAS - Parte 2
Mayra Gaiato e Marcos Petry
Nossa mestre Mayra Gaiato e o jovem músico com Autismo, Marcos Petry, abordam sobre as Estriotipias.
COMO DIMINUIR AS ESTERIOTIPIAS
Mayra Gaiato
Mayra Gaiato ensina como reduzir esteriotipias.
ESTERIOTIPIAS
Mayra Gaiato
Alterações Sensoriais e a relação com as esteriotipias.
ESTERIOTIPIAS - MODELO DENVER
Thiago Lopes
Thiago Lopes explica que devemos desestigmatizar as esteriotipias. Explica que têm múltiplas funções, e acontecem quando estão muito entusiasmadas ou sem motivação, que fazem para se auto-estimular. Explica que reconfortam e que seu bloqueio é muito desagradável, quase doloroso. Claro que devemos reduzi-las, pois interferem no aprendizado e na socialização. Mas devemos TRABALHAR a MÉDIO PRAZO, ampliando o repertório da criança, ensinando como se regular de outra forma, que não seja através de esteriotipias, com ROTINA SENSORIO-SOCIAIS ou MOTORES (girar com outras crianças, jogar a criança para cima, correr, etc., que são mais apropriados socialmente), por exemplo. Aumentando a funcionalidade e a frequência das brincadeiras sócio-motoras, as esteriotipias começam a reduzir, pois começam a usar outros recursos quando estiverem ansiosas.
ESTERIOTIPIAS
A Fono Adriana Fernandes
A especialista explica como lidar com as esteriotipias. E afirma: "Esse vídeo é um convite a olhar a estereotipia como forma de expressão, de comunicação e mais ainda: como uma necessidade não atendida. São muitas as formas que encontramos esses movimentos nas pessoas com Autismo, porém o caminho não deve ser tentar contê-los ou extingui-los sem respeitar quem precisa deles.
Vamos juntos pensar em maneiras de oferecer substitutos mais sociais e funcionais usando empatia - em primeiro lugar, criatividade e disponibilidade afetiva!!
ESTERIOTIPIAS - PERGUNTAS
Mayra Gaiato
Mayra aborda sobre as crianças que repetem as mesmas perguntas, mesmo já sabendo da resposta, o que é muito frequente. Explica que se trata de uma esteriotipia e que devemos dar função, tentando introduzir outros comportamentos, redirecionando. Se ela continuar, falar que já conversamos e já sabe a resposta, então não vamos mais falar sobre isso.
DIMINUINDO A SENSIBILIDADE
Mayra Gaiato
Como fazer para diminuir a sensibilidade.
QUESTÕES SENSORIAIS
Minha Conversa com Mayra Gaiato
Algumas dicas práticas de como trabalhar as alterações sensoriais.
AUTO-LESÕES
NELSON MARRA
Quando recebi o diagnóstico do Matheus, um de meus MAIORES MEDOS era que ele se auto-lesionasse.
No entanto, em seu depoimento, o jovem com Autismo, NELSON MARRA @nelsonmarra,
explica que as AUTO-LESÕES NÃO “MACHUCAM”, mas, pelo contrário, geram ALÍVIO FÍSICO a estados emocionais extremos. Relata ainda as SITUAÇÕES que geralmente os leva às auto-lesões, como, por exemplo, uma MUDANÇA repentina na ROTINA.
Seu relato alerta para a importância de PRÉVIO AVISO e AJUDA VISUAL nas mudanças de ROTINA.
Além disto, perceba que PALMADAS como forma de disciplina podem gerar efeito CONTRÁRIO, servindo até como um REFORÇADOR de conduta, pois podem ser um ALÍVIO para CRIANÇAS COM AUTISMO, mais um motivo para serem EVITADAS, o que, aliás, é PROIBIDO por lei, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Salientamos que devemos INTERROMPER ou DESENCORAJAR o stimming quando “AUTO-LESIVO”, em especial quando prejudicar a saúde e a integridade física da criança!
ESTERIOTIPIAS
Mayra Gaiato
Mayra responde pergunta de mãe à respeito do que fazer quando o filho faz esteriotipias para fugir de demandas.
No IG @meubebeeoautismo, a maravilhosa mamãe Poli declara:
"O João tem um comportamento que está muito presente na vida dele: girar os objetos. .
Esse comportamento não pode ser colocado em extinção, porque tem finalidade clara de autorregulação. .
Colocar esse comportamento em extinção pode elevar muito o nível de estresse e ansiedade do João, coisas que ele já tem de sobra. Por isso temos que ter muito cuidado em extinguir comportamentos, precisamos entender a origem e finalidade de cada um deles. .
O que fazer, então, diante de um comportamento repetitivo, que limita a interação social, a exploração dos objetos e não pode ser extinto? .
Aqui em Minas Gerais temos um ditado que diz: "não pode com ele, junte-se a ele". E é o que estamos fazendo, nos juntando, oficialmente, ao girar. .
Assim, a proposta é: brincar de algo funcional, como empilhar blocos e, logo após, brincar de girar um peão. O girar aqui entra como reforço e como algo que será totalmente incorporado à rotina dele. .
Nesse caso controlaremos mais as variações dos blocos, pra que ele não os gire. Ele vai poder girar apenas objetos que têm essa finalidade, ao final de uma rotina funcional que não se relacione a girar. .
Assim, com o tempo esperamos que ele consiga: .
1) aguardar um tempo fazendo outra ação antes de girar objetos.
2) direcionar a ação de girar só pra objetos que girem. .
Sabe aquela criança que precisa pular pra se autorregular? É a mesma coisa, apesar de ser necessário a ela, é bom que ela consiga pular nos intervalos entre as aulas, mas que durante a aula fique sentada atenta à atividade. Nem todas as crianças conseguem chegar nesse ponto, algumas precisam interromper a atividade pra de autorregular, mas caminharemos com esse objetivo. .
Essa técnica se parece mais com ABA, pois controlaremos as variações do brinquedo. .
Seguiremos ainda o interesse e motivação dele, ele escolherá o brinquedo, e nos guiará como líder da brincadeira. .
Entretanto, limitar e controlar as variações tem sido necessário pra ganharmos repertório de brincar independente aqui. Como eu já disse, eu amo qualquer modelo de intervenção que funcione pro meu filho, desde que seja respeitoso e agradável pra ele".
E acrescenta:
"Algumas dicas pra reduzir a autoestimulação (quando ela impedir que a criança aprenda do meio):
✔️ PAREAMENTO: interesses restritos e autoestimulatórios são uma ótima MANEIRA DE SE CONECTAR ao seu filho e EXPANDIR interesses. Use-os para começar a brincar com a criança: se deite frente a frente com ela, auxilie-a a enfileirar os blocos de esse for seu interesse, e na hora que ela estiver super engajada mostre uma ação diferente! Empilhe dos blocos um pouquinho e depois volte a a alinhar. De forma simplificada, o prazer de alinhar vai se transferir ao empilhar e com o tempo você ganha mais uma ação de jogo que também vai ser divertida (princípio de PREMACK).
✔️ DÊ FUNÇÃO: ajude seu filho a encontrar o mesmo prazer dentro de atividades um pouco mais funcionais. Se ele gosta de movimento, ajude-o a se estimular dentro de um JOGO COM MOVIMENTO, como corrida do saco, morto vivo, escorregadores e balanços em que ele pode dividir esse prazer numa troca social. Ele gosta de ecolalias? Ajude-o a encontrar canções que ele goste e jogos vocais (como o rato roeu a roupa do rei de roma). Assim, vamos ensinando como achar o mesmo prazer em outras atividades diárias.
✔️ ENSINE UM NOVO HÁBITO: voltando ao exemplo do celular, da mesma forma que nos condicionamos a buscar um prazer que não nos é benefício nem funcional, nos estimulando com o celular o dia inteiro, podemos reaprender a não precisar dele. No mesmo sentido, podemos ajudar nossos meninos a controlar as estimulações que forem limitadoras. Ex: se eu deixar João assiste 10s de cada vídeo e troca pra se estimular. Isso impede que ele aprenda o conteúdo do vídeo, interprete e tenha foco. Pra melhorar isso eu tento ensinar um hábito novo, primeiro através de REGRAS COMBINADAS:
1) pra poder assistir vídeos no tablet tem que ver o vídeo do início ao fim
2) existem alguns horários em que é permitido acesso ao tablet, no mais vamos brincar de outra coisa (e se ele resiste ofereço uma atividade MUITO MOTIVADORA em troca)
3) eu observo momentos em que ele PRECISA se regular.
Neles eu autorizo o uso do tablet de forma não funcional. A gente tem que ir sentindo isso na convivência e respeitando essa necessidade.".
Mas há ainda não há uma definição certa de causa, há infinitas teorias, não ter causas somente sensoriais ou comportamentais. Segue matéria do site www.ambitiousaboutautism.org.uk (tradução autistologos) neste sentido:
Comportamentos repetitivos e stimming
'Stimming' é a abreviação de 'comportamento auto-estimulatório'. Isto significa que alguém está fazendo algo para se dar "input sensorial" - mas é stimming prejudicial ou inofensivo?
Se você ler uma definição técnica de autismo, é provável que você encontre a frase "comportamentos repetitivos" em algum ponto da mistura.
Em face disso, isso não parece muito - mas, na verdade, pode ser uma parte importante da vida. Algumas pessoas com autismo têm apenas algumas delas e as mantêm privadas o suficiente para que muitas pessoas nem percebam, enquanto que para outras, ela pode dominar o dia. A maioria das pessoas, no entanto, está em algum lugar no meio.
Alguns tipos de repetição são bastante óbvios. Há ecolalia, por exemplo, o que significa que alguém repete várias frases, palavras ou sons repetidamente, não para expressar um significado, mas porque simplesmente desfrutam do som deles.
Há certas coisas por longos períodos de tempo - pás ou rodas giratórias são comuns com crianças pequenas.
Há "comportamentos de movimento estereotipados", também conhecidos como "estereotipias", que significam movimentos físicos repetitivos, como saltar, deslizar os dedos ou rolar os olhos. Algumas pessoas com autismo também têm síndrome de Tourette, o que significa muitos tiques físicos e verbais.
Quando você vê uma pessoa com autismo fazendo essas coisas, é provável que você escute alguém dizer que ela é uma "muleta". Isso, uma vez que você entenda, é um conceito incrivelmente útil quando se trata de autismo - então o que isso significa?
Stimming
Stimming é a abreviação de "comportamento auto-estimulante". Isso significa, tecnicamente, que alguém está fazendo algo para se dar uma contribuição sensorial - mas o que isso significa?
Pense da seguinte maneira: quando a maioria das pessoas fala alguma coisa, geralmente é para se comunicar; quando eles fazem alguma coisa, geralmente tem um efeito no mundo ou em si mesmos; quando eles olham para alguma coisa, geralmente é porque eles estão recebendo informações dela.
Você faz algo porque quer alcançar uma consequência. Quando alguém está stimming, eles estão falando, movendo-se ou olhando apenas para apreciar a sensação que cria, e o estado de espírito que a sensação produz.
Stimming é um laço de recompensa sensorial criado por você: você usa um momento comum, repete e, basicamente, encaixa nele.
Uma pessoa com autismo pode estimular quase qualquer coisa; só precisa ser algo que agrada a eles. No entanto, as áreas comuns incluem:
* Visual. Olhando para as luzes; fazendo coisas para fazer a visão piscar, como piscar repetidamente ou apertar os dedos na frente dos olhos; olhando para objetos girando.
* Auditivo. Ouvir a mesma música ou ruído, por exemplo, rebobinar para ouvir as mesmas notas várias vezes. Fazendo sons vocais, batendo os ouvidos, estalando os dedos, etc.
* Tátil. Esfregando a pele com as mãos ou com outro objeto, arranhando.
Gosto cheiro. Farejar objetos ou pessoas; lambendo ou mastigando coisas, muitas vezes coisas que não são comestíveis. Pica pode se sobrepor com stimming.
* Verbal. Ecolalia, basicamente: repetir sons, palavras ou frases sem qualquer consideração óbvia pelo seu significado.
* Propriocepção. Isso significa a capacidade do corpo de sentir onde está e o que está fazendo; muitas vezes é uma sensação de que o autismo pode entorpecer. Assim, muito stimming envolve coisas como balançar, balançar, pular, andar, correr, andar nas pontas dos pés ou girar - tudo isso dá ao corpo a sensação de equilíbrio e aumenta a posição.
Pessoas fazendo stimming também podem passar por movimentos físicos de aparência estranha, por exemplo, fazendo caretas, carimbando, assumindo posturas que parecem contorcidas e desconfortáveis do lado de fora, balançando a cabeça ou encolhendo os ombros e batendo - ou seja, rapidamente agitando ou bombeando os braços .
Tudo somado, o stimming pode parecer muito peculiar para pessoas que não entendem isso. Os estranhos podem achar isso assustador, mas na verdade a explicação para isso é realmente muito simples: o stimming está fazendo algo repetitivo pela sensação que cria ao invés do resultado que produz - e essa sensação é aquela que seu filho ou filha acha agradável.
O que deixa a criança assustada?
Stimming é uma área que ainda está sendo pesquisada, mas a explicação provável é que não há uma razão pela qual alguém as estimule. Pode ser uma maneira de sacudir os sentidos "hipossensíveis" - isto é, os sentidos que precisam de informações mais fortes para sentir as coisas. ("Hypo" é o oposto de "hiper"; significa sub-sensível.)
Todos nós precisamos de uma certa quantidade de estímulo sensorial para nos sentirmos confortáveis, e se isso não acontecer na rotina comum, o stimming pode ser uma maneira de obtê-lo. É também, de acordo com as pessoas que fazem isso, apenas uma experiência agradável, algo que você faz porque se sente bem, acalmando-o e ajudando-o a relaxar.
Uma pergunta melhor é, provavelmente, "Como meu filho está usando stimming?" A resposta para isso pode variar de um dia para outro e de um momento para outro. Por exemplo: se você está em um ambiente lotado e seu filho ou filha está estressado, eles podem ser estimulados como uma forma de acalmar as coisas.
Se eles estiverem cansados ao final de um longo dia, eles podem estimular a continuidade. Se eles estão ansiosos sobre algo, eles podem estimular a se acalmar. Se eles não querem fazer algo, eles podem estimular como uma forma de bloquear a demanda.
Eu deveria tentar pará-los?
Pare de stimming inteiramente? Não. Na maioria dos casos, é inofensivo - na verdade, muitos adultos com autismo argumentam muito fortemente que é uma coisa positiva em suas vidas que os faz felizes e mantém seus níveis de estresse baixos, e que tentar impedir que uma criança se arrependa é cruel. .
Uma pergunta melhor é provavelmente: "Há circunstâncias em que eu deveria interromper / desencorajar o stimming?" A resposta para isso é sim, às vezes há.
Existem stims que são chamados de "auto-prejudiciais", como bater com a cabeça no chão: claramente, esse é um problema que precisa de intervenção. Estímulos perigosos devem ser interrompidos: é bom relaxar, mas se uma criança está relaxando e correndo risco de vida, é claro que você faz o que pode para protegê-la.
Se uma criança está suando obsessivamente, então ela pode estar excluindo o mundo - o que significa que eles não estão aprendendo a lidar com isso. Todos nós precisamos de algum tempo em que possamos nos desligar e nos acalmar, mas não podemos fazer isso o dia todo todos os dias, e também não é do interesse de uma criança com autismo poder fazer isso também.
Se eles são um estimulador ininterrupto, isso pode entrar na área de comportamentos desafiadores, e você pode precisar consultar um profissional, mas o objetivo provavelmente deve ser reduzir-se a proporções razoáveis em vez de eliminá-lo completamente.
A área mais difícil é esta: como você lida com os efeitos sociais?
Não há como negar que, para alguém não familiarizado com o autismo, o stimming pode parecer muito estranho. Como um pai que vive com o estimulador, sua melhor aposta é lembrar a si mesmo que o stimming é, no fundo, não muito diferente de muitos comportamentos mais comuns, como mexer, crochetar, esculpir ou ouvir música com os olhos fechados: stimming parece extremo, mas a necessidade é bem comum.
Como você lida com outras pessoas?
Quando se trata de amigos e familiares, explicar e esperar que eles sejam compreensíveis é provavelmente sua melhor aposta.
Estranhos na rua podem ser outro problema; você pode querer ter alguns cartões para entregar se as pessoas o incomodarem, mas pelo menos os transeuntes saem da sua vida com relativa rapidez.
Provavelmente, a maior preocupação é que comportamentos de aparência estranha possam atrair o bullying, e o stimming está frequentemente entre os comportamentos mais estranhos e mais visíveis que uma criança com autismo pode ter.
Em casos como esse, você pode precisar novamente do apoio de uma equipe profissional ou da escola. Se for possível, a melhor solução pode ser ajudar seu filho a compreender que o stimming é uma atividade particular e pode ser mais bem mantido em casa do que na escola. Se eles têm o entendimento verbal e social para levar isso em consideração vai variar de indivíduo para indivíduo, é claro, quanto o controle que eles terão sobre seus comportamentos de adestramento.
É claro que o ideal seria se todos os colegas de escola tivessem uma mente aberta e tolerante, que não intimidasse alguém por ser diferente. Se o seu filho ou filha estiver em um ambiente regular, considere falar com a escola e perguntar se eles poderiam ter aulas ou palestras para ajudar as outras crianças a entender o autismo.
Na maioria dos casos, no entanto, a regra do stimming é que, desde que isso não esteja causando problemas, você deve apenas deixá-los se divertir - e "parecer estranho" realmente não é um problema, a menos que as pessoas decidam torná-lo um.
E se meu filho estiver se prejudicando?
Existem, infelizmente, riscos perigosos. Algumas crianças batem ou socam a si mesmas, batem a cabeça no chão ou na janela, mordem a si mesmas até que tirem sangue ou, eventualmente, causem calos ou deformidades.
As crianças com autismo geralmente têm um alto limiar de dor e, para elas, esses comportamentos nem sempre "machucam": uma criança que esteja adormecida dessa maneira pode estar fazendo o que pode para obter apenas um grau moderado de sensação.
Sabendo disso, porém, não significa que não seja assustador ver seu filho ou filha fazendo algo repetidamente, o que vai criar cicatrizes ou solavancos.
Se é isso que está acontecendo com você, você precisa pedir ajuda profissional. Isso pode incluir terapeutas ocupacionais, psicólogos clínicos ou especialistas comportamentais: pessoas que podem identificar as causas específicas e tentar redirecionar o comportamento para algo menos violento.
Enquanto você tenta resolver esse problema, o que realmente precisa ser feito, não negligencie sua própria saúde mental. Obtenha ajuda para seu filho e peça ajuda para si mesmo, se puder.
STIMMING (ESTERIOTIPIAS)
De acordo com o site autismo.institutopensi.org.br:
“Balançar as mãos, bater os pés, girar objetos ou o próprio corpo, estalar os dedos, fazer sons repetitivos… são movimentos de AUTOESTIMULAÇÃO ou também chamados de autorregulatórios, muito comuns em pessoas com autismo.
São movimentos que pessoas NEUROTÍPICAS TAMBÉM FAZEM, mas de forma MENOS INTENSA e têm CONTROLE sobre eles. Esse comportamento pode ser motivado para BUSCAR SENSAÇÕES, proporcionar bem estar ou simplesmente pela tendência à repetições, que é uma condição do autismo. (...) A estereotipia precisa ser TRATADA quando PREJUDICA a criança, como quando ela costuma BATER a cabeça, por exemplo. Também precisa ser regulada quando a prática COMPROMETE as ATIVIDADES do dia a dia, RESTRINGINDO seu aprendizado ou também limitando seu desenvolvimento social.
Uma prática que pode AJUDAR a controlar a estereotipia é utilizar CARTÕES com cores (verde-pode / vermelho-não pode). Quando a criança estiver em uma atividade que NÃO POSSA fazer seus movimentos, mostrar-lhe o cartão VERMELHO. PERMITIR em algum momento, mostrando-lhe o cartão VERDE e, quando for momento de PARAR, mostrar o cartão VERMELHO novamente. Essa tática pode ser adotada na escola ou outros lugares em que a criança esteja, para que PRATIQUE o AUTO-CONTROLE. Aos poucos, ela aprenderá a regular sozinha, podendo deixar de lado o uso dos cartões.
É importante também MINIMIZAR os ESTÍMULOS que podem GERAR estresse na criança (barulhos, cheiros, toques, luzes, etc).
Outra dica legal é criar um meio de a criança COMUNICAR que PRECISA de um TEMPO. Pode ser por imagem, gesto ou verbalmente, mas que o adulto entenda que ela precisa de espaço. Respeitar o espaço e a vontade da criança é fundamental!”
Segue mais uma relação de EXEMPLOS:
* VISUAL. Olhar para as luzes, piscar repetidamente, apertar os dedos na frente dos olhos ou observar objetos girando.
* AUDITIVO. Ouvir a mesma música, ruído ou notas musicais várias vezes, fazer sons vocais, bater nos ouvidos, estalar os dedos, etc.
* TÁTIL. Esfregar a pele com as mãos ou com outro objeto, arranhar.
* ORAL e OLFATIVO: Farejar, lamber ou mastigar coisas não comestíveis.
Como explica o IG @entendendooautismo:
"A estereotipia é um comportamento caracterizado por ações repetitivas e de grande interesse da criança sem que haja um objetivo ou uma finalidade ao final. Faz porque faz e sente que TEM QUE FAZER!
Uma das características mais importantes das estereotipias é acontecer sem que haja um contexto ou um significado para isto.
Em alguns casos, ela pode ser um comportamento mais restritivo e regressivo do Autismo. Nesses casos em que podem causar prejuízos à pessoa com autismo, em que é danosa, pode ser, desde cedo, tratada a fim de permitir que a criança procure acoplar suas ações aos mais diferentes contextos e gaste sua energia em explorar o mundo e não em gestos e falas sem sentido ou significado social.
Várias estratégias ajudam a reduzir estereotipias, como o ABA (Análise Aplicada do Comportamento). .
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Conheça o GUIA ABA, que ajuda pais e profissionais a ensinar novas habilidades e/ou como “desaprender” comportamentos negativos no autismo. como agressividade e estereotipias. E também a lidar com comportamentos restritos e repetitivos, como ecolalia, estereotipia e rituais". (Link no destaque "cursos" abaixo da Biografia do nosso perfil).
LUCIANA XAVIER
Como ensina a neuropsicóloga Luciana Xavier, no IG @neuropsicolux:
Estereotipias o que preciso saber?
Estereotipias são formas de se auto regular. Podem ser também
formas de expressão ou ainda
Formas de descarga.
Quando autistas se sentem sobrecarregados, estressados, assustados ou ainda quando estão muito excitados e felizes, eles podem sim estereotipar.
Só intervimos quando as mesmas afastam a pessoa de outras atividades ou ainda quando oferecem riscos, como machucar-se ou machucar os outros.
Saiba que ao segurar, repreender, impedir ou dar broncas, você está a reforçar tal comportamento que tenderá a se repetir mais e mais.
1. Mude o foco!
2. Compreenda o que a pessoa quer expressar.
3. De nome a esta expressão: “Feliz! Você está feliz!” E entenda, faz parte do funcionamento da maioria dos autistas, sejam crianças ou adultos.
Você ficou com dúvida, deixe seu comentário aqui.
Indique este conteúdo aos amigos da comunidade do autismo, para que mais pessoas recebam informações de qualidade'.
MUNDO KIDS
Como ensina a terapeuta denver/ABA Juliana Moura no site www.mundokidsaba.com.br:
"
Olá pessoal que acompanha o MK. É um prazer estar por aqui novamente, escrever sobre minhas vivências em relação ao Autismo, compartilhar um pouco com vocês sobre as minhas percepções enquanto pessoa Autista.
O assunto de hoje está envolto em grandes polêmicas. Acredito que muitos de vocês já se depararam com algum tipo de discussão ou questionamento sobre esse tema.
Estou falando das estereotipias ou, como muitos preferem, stims. Antes de qualquer definição sobre o que significam esses termos, vou fazer considerações que acho relevantes ao caso.
Durante muito tempo o autismo foi apenas visto e representado por parte dos profissionais ou, dos pais de pessoas autistas. Com isso, condutas, termos e as perspectivas em relação ao TEA eram sempre através desse olhar. Acontece que, com o passar dos anos, com maior conhecimento acerca das questões relacionadas ao Espectro do Autismo, com aumento de profissionais especialistas no assunto e, maior capacidade de se fazer o diagnóstico de maneira eficaz. Além do surgimento de uma cultura autista, que passou a ganhar voz por um panorama da figura de Autistas adultos, muitas questões são observadas por outro ângulo.
E, como quase tudo que exige algum tipo de mudança causa alguma resistência, não seria diferente ao tratarmos do nosso assunto de hoje. Qual é o termo correto, estereotipias ou stims?
Primeiramente, temos que saber o que significa cada um desses termos.
Estereotipia é o termo médico que define as ações repetitivas ou ritualísticas que podem apresentar-se através de movimentos, da fala ou sons, e até mesmo da postura do indivíduo. Qualquer pessoa pode apresentar estereotipia, porém, em pessoas Autistas é algo tão presente e notório que chega a ser um dos critérios para diagnosticar a condição.
Mas e Stim, o que significa então? Pois bem, essa é a maneira pela qual grande parte da comunidade Autista prefere utilizar, como alternativa ao termo médico. Provém de uma abreviação do termo em inglês stimming que significa algo como "comportamento autoestimulatório".
Aí, alguém pode pensar que o Autista prefere stim ao invés de estereotipia, pode ser uma simples implicância com o termo. Mas não é bem assim, tem uma explicação para isso. Muitos Autistas acham que o termo médico é estigmatizante e, por muito tempo houve uma falsa ideia de que esses tipo de ação era um comportamento sem função, inclusive precisaria ser cessado por ser inadequado ao convívio social.
Hoje, felizmente, com a voz de vários Autistas adultos, que se pronunciam e relatam a importância de tal atividade em suas vidas, já se sabe e, cada vez mais é disseminada a informação de que nem de longe isso é algo sem função. Como o próprio termo (stimming) sugere, essas ações servem para regulação aos estímulos externos e internos, também para controle de ansiedade e, até mesmo, para gerar conforto diante de situações de estresse.
Então falar "estereotipia" está errado?
A resposta é não! Não podemos e nem devemos ignorar o termo assim de pronto. Precisamos ter a percepção de que artigos científicos, livros, manuais médicos, etc. usam tal palavra na literatura científica. Não podemos simplesmente excluir do vocabulário, de uma hora para outra, com o risco de maior prejuízo no entendimento, na área profissional que não está familiarizada com o conceito de "stim".
O que precisa ser excluído então, é o entendimento de que essas ações, tão presentes e importantes no TEA, precisam ser erradicadas com finalidade de atingir um padrão de normalidade, a ser alcançado pela pessoa autista para sua adequação na sociedade.
Ainda em tempo, é importante ressaltar que nem toda ação repetitiva ou ritualística, que caracteriza esse critério diagnóstico do TEA e, que está presente durante todas as fases do desenvolvimento da pessoa, é benéfica. Existem ocasiões em que essa ação é prejudicial ao bem estar do indivíduo, nesses casos, é de extrema necessidade haver intervenção, no sentindo de não permitir e de ressignificar tal ato, para outro que não acarrete em prejuízos.
Para finalizar, com uma perspectiva pessoal e, para dividir com vocês como eu separo isso na minha cabeça, vou dar a minha definição (enfatizando que isso não é algo oficial, sim a minha maneira de definir) desses dois termos em questão.
Para mim, quando se trata de algo que necessita de reparação, de ser cessado ou ressignificado, que necessita de intervenção profissional, chamo de estereotipias.
Quando se refere a algo que trate de autoregulação, autoestimulação, que traga calma, que envolva prazer e seja benéfico, chamo de stims".
Texto escrito por: Fábio A. Cordeiro, Autista, 40 anos | Funcionário Público Federal | Pai de dois meninos, um neurotípico e um autista | Colunista no vidadeautista.com.br | Membro da REUNIDA - Conselho do Autistas | Criador da maior página de humor autista do Brasil - @aspiesincero
DANI BOTELHO
Como ensina @danibotelhoaba:
"Alguns indivíduos com autismo apresentam comportamento vocal não contextual repetitivo ou estereotipia vocal.
A topografia exata da estereotipia vocal pode variar, alguns artigos publicados incluem ecolalia (Ahearn, Clark, DeBar e Florentino, 2005), frases ou palavras não contextuais (Falcomata, Roane, Hovanetz, Kettering e Keeney, 2004), repetição de sons ininteligíveis (Taylor, Hoch & Weissman, 2005) ou alguma combinação.
Vários estudos mostraram que a estereotipia vocal pode ser mantida por reforço automático, que é frequentemente difícil de tratar, porque a contingência de reforço que mantém o comportamento é geralmente inacessível (Vollmer, 1994).
Quanto esse comportamento interfere na aquisição de novas habilidades, no desenvolvimento social e de linguagem, existem algumas estratégias que podemos usar para reduzir a taxa do comportamento, aumentando também um comportamento mais funcional/adequado.
🔸Estimulação auditiva não-contingente (tocar música/ruído branco, gravações de estereotipia vocal no ambiente)
🔹Enriquecimento Ambiental (enriquecer o ambiente do indivíduo com novas e diversas experiências sensório-motoras)
🔸Interrupção e redirecionamento de resposta (interromper e redirecionar o comportamento)
🔹Reforçamento diferencial (reforçar outro comportamento)
🔸Treinamento de habilidades de lazer
🔹Treinamento de comunicação funcional
🔸Punição (custo de resposta)".