AUTISMO NÃO TEM CURA, MAS TEM TRATAMENTO
Após 2 anos de tratamento intensivo, ouvimos que o Matheus tinha Saído do Espectro do Autismo.
Há muita divergência na comunidade científica sobre o assunto, e hoje concordo que esse termo é infeliz. De fato, apesar de ter recuperado todos os atrasos do desenvolvimento, o autismo continuou ali e seu cérebro continua sendo diferente. A cada nova fase da vida, surgem novos desafios, novas necessidades. Então por mais que tenha recuperado atrasos, persistem déficits na comunicação e na interação, ainda que sutis. Além disso, atualmente o autismo não é mais caracterizado pela existência de atrasos. Embora naquele momento não estivesse mais pontuando para autismo (caso fossem aplicadas escalas de diagnóstico), cada fase da vida apresenta novos desafios, e o autismo sempre "pega".
No entanto, esse fato marcante da nossa história não pode deixar de ser mencionado, pois é prova viva do quanto é primordial um diagnóstico precoce e uma intervenção intensiva e de qualidade, e isso pode modificar a história de crianças com atrasos que estejam no espectro, tenham elas atraso ou não.
No início de 2021 veio o diagnóstico de autismo do Pedro, e no final do ano o meu, aos 44 anos. Nossos casos seriam o que antes chamavam de síndrome de asperger, pois não tivemos atrasos. Até 2013 a síndrome de asperger era um diagnóstico distinto de autismo. Com o DSM-V, no entanto, o autismo e a antiga síndrome de asperger passaram a fazer parte do mesmo diagnóstico, o TEA - Transtorno do Espectro do Autismo.
A antiga síndrome de asperger, que hoje é considerada autismo nível 1, era caracterizada resumidamente pela presença de déficit na comunicação e interação, mas com QI preservado e sem atraso da linguagem. Para entender melhor, clique no link abaixo.
E para saber como funciona o tratamento, que pode ser feito gratuitamente pelos pais, clique também no link abaixo,que dá dicas de como estimular seu filho e elaborar gratuitamente um plano terapêutico pela própria família.Claro que muito melhor se o fizer com o acompanhamento de profissionais especializados, mas infelizmente essa não é a realidade da maioria maciça dos brasileiros, cuja maioria não tem acesso a profissionais, quanto mais a profissionais de qualidade especializados em autismo e em ABA - que é o tratamento com melhores resultados. Entenda tudo no link abaixo.
PROMESSA DA CIÊNCIA
O brasileiro Alysson Muotri é pai (padrasto) de um jovem com autismo, e seu trabalho aborda temas da fronteira da genética e biologia atuais, como o desenvolvimento dos neurônios e as células-tronco.
Destacou-se ao conseguir "curar" um neurônio "autista" (com Síndrome de Rett, antigamente um tipo grave de autismo) em laboratório e abrir as portas para o desenvolvimento de uma droga eficiente.
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Atua principalmente nos seguintes temas: reparo de DNA, vetores virais, câncer, terapia gênica e modulação gênica. Foi um dos primeiros pesquisadores brasileiros a cultivar células-tronco embrionárias, e já publicou mais de vinte artigos nas mais respeitadas revistas científicas. Em 2000, recebeu a menção honrosa para trabalho científico da Sociedade Brasileira de Virologia.
Seu principal objetivo é encontrar uma forma de reverter casos mais graves de autismo e seus prejuízos.
Em 2010, Muotri em conjunto com outros cientistas brasileiros conseguiram transformar neurônios de pacientes com a síndrome de Rett em neurônios saudáveis. No início de 2012, fez o mesmo com autismo clássico.
Saiba mais sobre os avanços da ciência no link abaixo: