APRAXIA DA FALA
O QUE É APRAXIA?
Como explicam Mayra Gaiato e Ana Lúcia Kozonara, a apraxia é um problema da programação cerebral para musculatura desencadear os sons na boca. Algumas crianças com Autismo têm Apraxia e há casos de Apraxia em crianças neurotípicas.
Em alguns casos os sintomas até confundem o diagnóstico entre Autismo e Apraxia, e a grande diferença é que as crianças só com Apraxia procuram interagir e procuram outras formas de fazer isso, apesar do atraso comum na fala.
Algo muito comum nas crianças com Apraxia é a Dispraxia, que é o baixo tônus muscular nas mãos, razão pela qual se recomenda exercícios na coordenação motora fina.
GRAUS & TRATAMENTO
Confira mais um vídeo da nossa linda mestre Mayra explicando sobre os graus e o tratamento da apraxia.
O QUE É APRAXIA - PARTE 2
Mais um vídeo dessa dupla super maravilhosa sobre Apraxia.
AUTISMO E APRAXIA
Dr. Gadia responde à polêmica pergunta: há Apraxia no Autismo?
Seguem trechos da live que fizemos dia 22/04/20 no IG @eyecontactlivesshapedbyautism com esse adorável casal, Dr. Gadia, diretor de um dos mais importantes centros autismo do mundo, no Miami Childrens Hospital e faz parte do livro Propósito Azul e GRAZI GADIA, fundadora do projeto social Eyecontact - Lives Shaped by Autism, que tem a missão de dar suporte às mães e familiares de crianças com Autismo por meio do seu Instagram e canal no YouTube com o mesmo nome, nos quais divulgam informações e diversos projetos promovidos pelo casal.
Segue abaixo link do vídeo:
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
De acordo com o IG @apraxiakidsbrasil:
Uma das perguntas mais frequentes sobre a Apraxia de Fala na Infância é: Quais são as suas principais características?
São características da Apraxia de Fala na Infância:
• Pobre repertório de vogais, erros com as vogais;
• Pobre repertório de consoantes, incluindo as consideradas mais visíveis, como P e M;
• Variabilidade de erros, presença de erros incomuns/idiossincráticos (às vezes, a transcrição da fala é um desafio!);
• Os erros e dificuldade aumentam com o aumento da quantidade de sílabas das palavras;
• Dependendo do grau de severidade, a criança pode produzir o som, sílaba ou palavra-alvo em um contexto, mas é incapaz de produzir o mesmo alvo com precisão em um contexto diferente;
• Mais dificuldade nas tarefas que precisam de controle voluntário, em comparação com as realizadas de forma automática;
• Dificuldade nas tarefas de diadococinesia, ou seja, para alternar com precisão a repetição das mesmas sequencias, como pa/pa/pa ou de sequencias múltiplas, como pa/ta/ka;
• Presença de alterações prosódicas, fala acelerada ou monótona, instável, erros de acentuação, déficit na duração dos sons e pausas entre as sílabas;
• Em algum momento, podem demonstrar “procura” ou “esforço” para realizar as posições articulatórias;
• Podem também apresentar dificuldades na sequência de movimentos orais voluntários (apraxia oral);
• A criança demonstra que fica “perdida”, não sabe como movimentar a boca. Ela tenta falar mas não consegue;
• Os pais percebem uma discrepância entre a compreensão e a produção de fala (por ex. a criança pode compreender bem mas não conseguir produzir a fala). Mas lembre-se: apenas um profissional qualificado estará apto para realizar o diagnóstico!
Em nosso site, possuímos uma seção específica onde você encontra mais informações e respostas para dúvidas:
Dra. Deborah Kerches
A neuropediatra Dra. Deborah Kerches aborda sobte Apraxia:
O dia 14 de maio é o Dia da Conscientização sobre Apraxia de Fala na Infância. No Brasil estima-se uma prevalência de 1 para cada 1000 crianças e nos EUA, 2 para cada 1000 crianças.
O objetivo do artigo de hoje é oferecer informações que alertem para esta condição que, infelizmente, ainda é pouco conhecida e diagnosticada no nosso país.
A criança “que não fala”, que apresenta atraso na aquisição e desenvolvimento da linguagem verbal, costuma ser preocupação frequente e de procura por especialistas precocemente.
A questão é que muitos profissionais costumam orientar os pais que o desenvolvimento da linguagem verbal tem suas particularidades e que “cada criança tem o seu tempo”. Embora cada criança se desenvolva dentro da sua individualidade, existem marcos do desenvolvimento que devem ser respeitados e qualquer atraso ou perdas de habilidades já adquiridas devem ser um sinal de alerta para intervenção adequada, independente do diagnóstico.
Nos primeiros anos de vida, a neuroplasticidade (capacidade que o nosso cérebro tem em se adaptar, moldar, estabelecer novas conexões cerebrais quando sujeito a estimulações e novas experiências) se encontra em sua fase mais intensa e em ritmo frenético. Esses anos são muito importantes para estimularmos a criança que apresente qualquer atraso em seu desenvolvimento. Na estimulação do desenvolvimento da fala, estes primeiros anos são cruciais!!!
A Apraxia de Fala é definida como um distúrbio neurológico motor que afeta a habilidade em produzir e sequencializar os sons da fala, na ausência de déficits neuromusculares. A Apraxia de fala reduz a capacidade de produzir corretamente sílabas e palavras tornando a comunicação verbal limitada e/ou pouco clara.
Pode ser adquirida quando causada por algum insulto em área cerebral responsável pela percepção e planejamento motor da fala como: acidente vascular cerebral (AVC), má formação do SNC, infecções, traumas, anóxia neonatal, entre outros, durante ou após o nascimento da criança ou ainda ser idiopática (causa desconhecida).
Como existem diferentes tipos e causas para atrasos e distúrbios da fala e da linguagem, a Apraxia de Fala é, muitas vezes, confundida com outras condições.
Para o diagnóstico, são necessárias a avaliação de um especialista em desenvolvimento infantil (neuropediatra) e uma avaliação fonoaudiológica. A profissional capaz de avaliar todas as questões detalhadas do desenvolvimento da fala é a fonoaudióloga.
Geralmente só é possível diagnosticar a Apraxia de Fala após os 2 -3 anos, quando é esperado que a criança já seja capaz de produzir um maior repertório de sons da fala e compreenda instruções necessárias para uma avaliação especializada.
Aspectos emocionais e cognitivos devem fazer parte da avaliação e diagnóstico diferencial.
As características e sintomas envolvidos na Apraxia de Fala não estão relacionados diretamente a alterações de hipofuncionamento, musculares e das estruturas fonoarticulatórias, mas sim, à falha na informação da percepção e planejamento motor dos movimentos que exijam uma sequência e organização (sopro, bico, por exemplo) e sons (fala).
Os principais sinais da Apraxia de Fala na Infância são:
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Pequeno repertório de palavras e erro na hora de pronunciar as vogais ou as consoantes;
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Uso somente de vogais para pronunciar algumas palavras (usa, por exemplo, “ao” para se referir a “gato”);
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Uso de somente uma sílaba da palavra;
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Domínio para falar somente palavras de uma sílaba (como “boi”);
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Dificuldade na hora de repetir uma sequência, como, por exemplo, “ta/ta/ta” ou “pa/ka/ta”;
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A criança pode falar uma vez determinada palavra e depois não repetir mais vezes;
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Uso de gestos para substituir algumas palavras;
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Fala lenta ou acelerada;
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Entonação e/ou acentuação errada na hora de pronunciar algumas palavras;
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Dificuldade na movimentação dos lábios e/ou língua (na hora de “mandar beijinho” ou “fazer bico”, colocar a língua para fora, para cima) – entende o comando, mas não é capaz executar;
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Criança não consegue encher a bochecha com ar e/ou apresenta sopro baixo;
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Dificuldade para mastigar e se alimentar de forma geral, preferindo alimentos pastosos;
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Dificuldade para controlar a saliva;
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Dificuldade para tarefas que precisam de controle voluntário;
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Os pais percebem que a criança compreende a ordem, conhece a palavra, se esforça para falar, mas não é capaz de produzir o som da palavra adequadamente.
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Crianças com Apraxia de Fala podem se tornar mais introspectivas e de difícil interação social por apresentarem dificuldade em se comunicar verbalmente.
Importante ressaltar que, na Apraxia de Fala isolada, há intenção comunicativa e capacidade de se comunicar através de outros recursos de linguagem preservados.
Distúrbios de praxia de fala podem estar presentes isoladamente ou como comorbidades com outras condições como: Transtorno do Espectro Autista (nem sempre o diagnóstico diferencial ou como comorbidade no autismo é fácil!), síndromes genéticas (por exemplo, Síndrome de Down, Síndrome do X frágil, Síndrome de Prader-Willi), TDAH, algumas síndromes epilépticas, erros inatos do metabolismo (galactosemia), entre outros.
A terapia fonoaudiológica deve ser individual, intensiva, precoce e adequadamente planejada. A suspeita diagnóstica de Apraxia de Fala justifica a intervenção imediata, mesmo sem diagnóstico fechado.
É importante que durante este processo de intervenção a criança seja capaz de se expressar por outros meios, para não se perder momentos importantes de aprendizagem (gestos, escrita, figuras podem ser recursos utilizáveis).
O treino da fala deve ser continuado em casa pelos pais e cuidadores para potencializar o tratamento.
A intervenção precoce e especializada fará a diferença não somente no desenvolvimento da fala, mas também nas questões sociais e emocionais da criança.
Crianças com Apraxia de Fala:
SABEM mais do que DIZEM
PENSAM mais do que FALAM
ENTENDEM mais do que você IMAGINA!
Duração das Vogais
@ser.fono.em.portugal
O IG publicou:
"Um estudo preliminar publicado recentemente, demonstrou que crianças com Apraxia de Fala na Infância, apresentam alteração no componente motor, mas também podem apresentar alteração na percepção da duração de vogais, revelando um possível componente perceptivo.
O estudo foi realizado com 23 crianças do sexo masculino, sendo 9 com o diagnóstico de Apraxia de Fala na Infância e o restante com desenvolvimento típico.
Durante o estudo, a vogal de uma determinada sílaba teve seu tempo de duração variado. As crianças com Apraxia de Fala na Infância, apresentaram dificuldades na discriminação desse padrão. Por ser um estudo pequeno, devemos olhar para ele com cuidado. Entretanto, vale ressaltar mais uma vez, a importância de uma avaliação completa da criança, indo além da alteração motora da fala.
DISPRAXIA
Baixo Tônus Muscular nas Mãos
É muito comum que crianças com Apraxia tenham também dispraxia. Aliás, é algo muito comum nas crianças com Autismo, que têm dificuldade de segurar uma caneta e desenhar, por exemplo! Veja então em nosso site como fazer para estimular essa dificuldade no link abaixo:
14 de Maio: Dia da Conscientização da Apraxia