HIPOTONIA MUSCULAR
Dra. Deborah Kerches aborda sobre a hipotonia muscular, presente em mais de 50% dos cassos de autismo.
Hipotonia
Como explica Dra. Carolina Quedas:
"Não adianta falar que as questões no Autismo são alteradas sem mostrar as evidências. 💪 Aqui o lema é tudo baseado em evidências e não em achismos. Leiam e tenham um ótimo aprendizado!!!!
Um sistema de captura de movimento tridimensional desenvolvido para animação de filme encontrou diferenças sutis no movimento do quadril e tornozelo em crianças com autismo em comparação com um grupo controle.
Os pesquisadores compararam 12 crianças com autismo com 22 crianças com desenvolvimento típico, todas entre 5 e 9 anos de idade, medindo a cadência - número de passos por minuto - e outras variáveis.
Os pesquisadores analisaram o movimento das articulações e músculos durante esse ciclo, fixando três marcadores reflexivos cada um no pé, perna (joelho ao tornozelo), coxa, pélvis e tronco.
O Estudo revelou que um terço das crianças com autismo no estudo apresentava hipotonia, ou tônus muscular baixo, que é comum em crianças com autismo. Isso leva à fraqueza dos músculos da panturrilha na parte posterior da perna, que controlam o movimento da tíbia, encontrando problemas significativos no tornozelos das crianças.
Mas os pesquisadores também descobriram que as crianças com autismo deram mais passos por ciclo da marcha e que seus quadris não apresentam a mesma amplitude de movimento que as de crianças com desenvolvimento normal.
Fonte: Calhoun M. et al. Clin. Biomech. Epub ahead of print (2010) PubMed"
Sentar em W
Como explica Dra. Deborah Kerches:
"Sentar em W é quando a criança se senta com os joelhos dobrados para frente e as pernas esticadas para os lados e os pés posicionados para fora dos quadris, em forma de “W”.
Esse sentar é uma das posturas que a criança assume ao brincar e só passa a ser um problema quando a criança fica a maior parte do tempo sentada em W. Essa postura aumenta a base de apoio e estabiliza o tronco possibilitando a exploração do ambiente a sua frente, porém dificulta rotação do tronco e o deslocamento do peso lateral para alcançar brinquedos e explorar o ambiente a sua volta. A rotação do tronco na posição sentada é importante para desenvolver o equilíbrio contribuindo para aquisição de posturas mais complexas.
A criança deve alternar várias posturas ao brincar para favorecer a consciência corporal, equilíbrio, desenvolvimento motor, exploração do ambiente e a comunicação social e evitar problemas ortopédicos.
Crianças com autismo devido a alterações proprioceptivas, sensoriais e de qualidade motora, tendem a ficar sentadas em W pela maior estabilidade, conforto e segurança que oferece e, com isso, podem acarretar atrasos e prejuízos em todo seu desenvolvimento neuropsicomotor, social e relacional".
Como explica o site www.neuroconecta.com.br:
"A hipotonia ou o tônus muscular baixo é a diminuição da força muscular e dos músculos.
Por isso, os músculos não são tão firmes quanto o esperado em termos de desenvolvimento.
Normalmente, mesmo quando relaxados, os músculos têm uma quantidade muito pequena de contração que dá uma sensação de elasticidade e fornece alguma resistência ao movimento passivo.
Crianças com baixo tônus muscular podem apresentar atraso nas habilidades motoras, semelhantemente podem apresentar também, dificuldade de coordenação motora e fraqueza muscular, entre outras condições.
Em inglês, essas crianças ficaram conhecidas como floppy babies, ou “bebês molengas”, em tradução livre.
Esse problema de saúde é comum em crianças com autismo.
Estima-se que aproximadamente 30% das crianças com autismo têm perda moderada a grave de tônus muscular.
Elas podem apresentar uma postura inadequada, dificuldade em executar tarefas motoras finas e grossas adequadas à idade, consciência corporal deficiente, dificuldade em mastigar e problemas de fala.
O pescoço e o tronco ficam moles, gerando dificuldade para sustentar a cabeça e se sentar.
A hipotonia é mais frequentemente detectada em bebês logo após o nascimento ou quando são muito jovens.
Mas, esse problema também pode aparecer em crianças maiores.
Esse tônus muscular fraco tende a sinalizar um problema no cérebro, na medula espinhal, nos nervos ou nos músculos.
Os sintomas da hipotonia incluem:
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Falta de controle parcial ou total da cabeça;
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Atraso no desenvolvimento motor;
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Diminuição da força;
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Hipersensibilidade;
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Dificuldades de fala;
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Postura debilitada.
Diagnóstico e tratamento da hipotonia
Primordialmente, os pais devem ficar atentos aos sinais dessa fraqueza muscular.
É importante perceber se a criança fica com os braços e as pernas em linha reta enquanto descansa.
E também verificar se ela pode escorregar das mãos quando é segurada – já que os braços se erguem sem resistência.
A hipotonia geralmente é diagnosticada durante o primeiro ou até o segundo ano de vida.
O diagnóstico geralmente é realizado pela observação clínica.
Em seguida, o especialista solicita exames laboratoriais, estudos de imagem, como a tomografia computadorizada, ressonância magnética e eletroencefalograma.
Cabe destacar que a hipotonia é diferente da fraqueza muscular, mas algumas vezes pode ser difícil distinguir as duas condições.
Mas, quanto mais precoce for à detecção do quadro, maiores serão as chances da criança ter um tratamento adequado.
O tratamento da criança hipotônica deve ser adaptado de acordo com a condição específica.
Existem algumas estratégias para trabalhar o baixo tônus muscular e geralmente consistem em exercícios usados para aumentar a força muscular.
A terapia costuma ser de suporte e com uma equipe de reabilitação formada por vários profissionais como o profissional de educação física, psicomotricista, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e fisioterapeuta.
As atividades físicas supervisionadas por um profissional de educação física pode ajudar no aumento da força muscular e diminuição da hipotonia.
A psicomotricidade também pode ajudar no tônus muscular e nas questões psicomotoras.
A terapia ocupacional pode ajudar a pessoa a aprender maneiras de realizar as atividades da vida diária.
Já o fonoaudiólogo pode ajudar nas dificuldades de respiração, fala e deglutição.
Por fim, a fisioterapia pode melhorar o controle motor e a força geral do corpo".
Segue uma relação de Comorbidades, ou seja, de outras patologias comuns ao Autismo, de acordo com o IG sindrome_de-asperger_autismo: