EPILEPSIA
O site www.neuroconecta.com.br explica:
Qual pode ser a relação que existe entre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e a epilepsia? Se você tem alguém na família no espectro ou tem interesse em saber informações sobre o transtorno, já deve ter ouvido falar nesse assunto que, mesmo para a ciência, ainda é considerado complexo. Vamos agora compreender de que maneira essas condições podem estar integradas, conforme já apontado em diversos estudos.
Um ponto em comum que se pode citar é que ambas condições – TEA e epilepsia – compreendem um transtorno que tem conexão com o cérebro. A epilepsia – que significa “transtorno convulsivo” por ser marcada por crises convulsivas ou convulsões recorrentes – é o quarto transtorno neurológico mais comum e afeta pessoas de todas as idades. Trata-se de uma doença crônica, cuja marca registrada é a ocorrência de convulsões não provocadas – ou seja, sem uma causa aparente, como uma queda, baixa de açúcar no sangue e outros. Uma pessoa é diagnosticada com epilepsia se já teve duas convulsões neste perfil. As convulsões na epilepsia podem estar relacionadas a uma lesão cerebral ou a uma tendência familiar, mas muitas vezes a causa é completamente desconhecida.
Quando falamos em Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é preciso compreender que também trata-se de um distúrbio neurológico, multifatorial, que pode ter suas causas ligadas à aspectos genéticos, hereditários e, até mesmo, à fatores ambientais. Esta condição pode ocasionar desafios sociais, de comunicação (verbal ou não) e comportamentais.
Desde que foi utilizado pela primeira vez o termo “autismo” – o que ocorreu próximo do ano 1908, houve uma grande evolução na ciência e nas ferramentas que a medicina pode lançar mão para diagnosticar e tratar este indivíduo, possibilitando o desenvolvimento de habilidades para que ele alcance o máximo de seu potencial intelectual, psicológico e cognitivo, podendo assim levar uma vida digna e, em sua maioria, com autonomia e independência para realizar suas atividades ao longo da vida.
Por que a epilepsia pode estar associada com o TEA?
O estudo “Fisiopatologia da epilepsia em distúrbios do espectro autista” que como são condições extremamente heterogêneas, isso torna improvável que um único mecanismo comum explique a predisposição de convulsões em ambos os distúrbios. Pesquisas genéticas recentes apontam para numerosas e diversas mutações genéticas que têm autismo e epilepsia como sequelas. Uma das possíveis explicações apontada pelos pesquisadores neste artigo indica que tanto a epilepsia quanto o autismo envolvem uma sincronia anormal de sistemas no cérebro ligados às sinapses (conexões entre os neurônios).
Embora seja possível que a epilepsia possa causar autismo, e vice e versa, a visão científica atual é que existem mecanismos neurológicos compartilhados que contribuem tanto para o TEA quanto para a epilepsia, conforme aponta a Epilepsy Foundation.
A convulsão, característica da epilepsia, pode ser considerada a complicação neurológica mais comum em quem tem TEA. Estima-se que quase um terço das pessoas com TEA pode apresentar epilepsia. É considerada mais frequente em crianças menores de 5 anos de idade e adolescentes.
Entre os fatores de risco para a epilepsia no TEA é possível citar o retardo mental, comprometimento motor e a idade que se deu o início das convulsões.
Outro aspecto é que algumas das alterações cerebrais do desenvolvimento associadas ao autismo também contribuam para convulsões. O diagnóstico de epilepsia em quem tem TEA pode ser desafiador, visto que pessoas com autismo têm dificuldade em reconhecer e comunicar seus sintomas.
Entre os sinais importantes a se notar, destacam-se:
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Mudança no olhar inexplicada
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Estiramento dos músculos
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Movimentos involuntários de membros do corpo
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Também pode haver algum distúrbio do sono, irritabilidade e agressividade sem explicação e regressão do desenvolvimento alcançado
O que pode ser feito?
A epilepsia associada ao TEA possui o mesmo modelo de gerenciamento de convulsões em geral. Entre os aspectos indicados pela Epilepsy Foundation temos:
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Avaliação médica com imagem cerebral e EEG (eletroencefalograma)
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Medicamentos antiepilépticos para tratamento
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A terapia adjuvante não farmacológica pode ser considerada se os medicamentos não alcançarem a resposta desejada (por exemplo, dieta cetogênica, estimulo do nervo vago)
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Tome medidas de segurança para evitar engasgos e sufocamento. Procure manter distantes objetos grandes para evitar lesões.
Caso seu filho (a) tenha autismo, lembre-se: nem todas as crianças terão epilepsia. O importante é compreender o assunto e sempre conversar com o médico e a equipe de profissionais – preferencialmente também com um neurologista pediátrico – que o acompanham para se sentir seguro para que, se for necessário, lidar com a situação.
Em sua palestra no Ico Project, Dr. Paulo Liberalesso abordou sobre os casos em que a criança perde habilidades que já havia adquirido em virtude de convulsões. Explicou que isso acontece porque, apesar de a quantidade de energia do cérebro ser muito menor que de uma geladeira, ele funciona igual. Se há uma descarga, dependendo da área que foi envolvida, pode desorganizar outras habilidades.
E Dr. Carlos Gadia acrescentou que há os seguintes picos de epilepsia no Autismo: aos 2 a 3 anos e no início da adolescência e entre os 30 a 40 anos.
Confira no link abaixo minha LIVE com o super gênio Dr. Paulo Liberalesso sobre EPILEPSIA:
IG @tea.cerena
EPILEPSIA E AUTISMO
Como explica o IG @deborahkerches:
Em torno de 30-38,2% das pessoas com autismo podem apresentar Epilepsia clínica ou subclínica (quando há padrão eletroencefalográfico compatível com epilepsia, porém sem crises clínicas observáveis).A prevalência é mais alta em estudos que incluíram adolescentes e adultos jovens, indivíduos com deficiência intelectual moderada/grave, déficits de linguagem receptiva graves e déficits motores importantes. São 2 os picos na infância e adolescência relacionados à maior incidência de epilepsia, <5 anos e >10 anos (na pré e adolescência).
Epilepsia são descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro que são recorrentes e geram crises epilépticas, podendo ser focais (ocorrem em uma ou mais áreas restritas do cérebro) com ou sem alteração de consciência ou generalizadas (generalizam por todo o cérebro). As crises podem ocorrer com abalos motores ou não, podem ser sutis e difíceis de perceber em alguns casos. Cerca de 70% das epilepsias cursam com bom controle com medicações adequadas, porém em até 30%, não.
Crianças e adolescentes com autismo e epilepsia podem apresentar maiores prejuízos relacionados ao sono, desenvolvimento da fala, da comunicação/interação social, em relação à rigidez cognitiva e padrões comportamentais, aprendizagem, podendo estar associado a alguma regressão quando as crises epilépticas são muito frequentes e difíceis de controlar e impactar negativamente na qualidade de vida.
Dessa forma, é importante se informar, pois nem sempre é fácil o diagnóstico. Crises de ausência, por ex, são mais comuns na infância e os pais costumam se alertar mais quando cai o rendimento escolar ou nas terapias. Pode ser difícil para alguns discernir entre um evento epiléptico rápido e uma estereotipia.
Há consenso a respeito do tratamento da epilepsia clínica com antiepilépticos, porém não há recomendação de tratamento baseado em evidências para indivíduos com TEA e epilepsia subclínica; nestes casos a avaliação é caso a caso.
O controle das crises em pacientes com ambas condições é fundamental para estabilizar e melhorar o funcionamento cerebral e os sintomas do autismo.
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EPILEPSIA E AUTISMO
Como explica o IG @deborahkerches:
"E Hoje, no Purple Day, eu não poderia deixar de falar também sobre epilepsia no autismo, visto que até 1/3 das pessoas com TEA também apresentam epilepsia. O maior número de casos fica entre as crianças menores de 5 anos e os adolescentes.
Embora essa ligação entre TEA e epilepsia ainda não seja totalmente compreendida pela ciência, acredita-se que mutações genéticas e desequilíbrios químicos existentes no autismo também sejam capazes de causar epilepsia.
Pessoas com autismo que apresentam epilepsia costumam apresentar mais problemas comportamentais e distúrbios do sono.
A relação entre sono e epilepsia é bastante complexa. Privação de sono é um dos fatores que podem desencadear crises em pacientes com epilepsia, por outro lado, crises não controladas podem prejudicar a qualidade de sono.
Os familiares devem se informar ao máximo sobre o assunto para que saibam como agir diante de uma crise e sobretudo, manter a calma.
Crises epilépticas merecem investigação criteriosa!
O tratamento é realizado com os mesmos medicamentos antiepilépticos que usamos com as pessoas que não possuem TEA. Mas cada caso precisa ser avaliado individualmente para escolha da melhor abordagem terapêutica."
CRISE EPILÉTICA X EPILEPSIA
Crise epilética e Epilepsia são a mesma coisa? Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Não. Quando utilizamos o termo crise epiléptica ou crise convulsiva estamos nos referindo a somente um único evento, uma crise que ocorre isoladamente. Portanto, uma crise epiléptica é um evento de natureza PAROXÍSTICA.
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👉Quando utilizamos o termo epilepsia
estamos nos referindo a uma doença que se caracteriza pela ocorrência de crises epilépticas de forma recorrente e espontânea (SEM UM FATOR DESENCADEANTE IMEDIATO).
DIFERENTES TIPOS DE CRISES EPILÉTICAS
Existem diferentes tipos de crises? Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Sim. O tipo de crise epiléptica depende fundamentalmente de
qual região do cérebro está sendo comprometida no momento da crise. Como sabemos, cada pequena região do cérebro tem determinada função. 🔴
Por exemplo, as regiões cerebrais posteriores (que chamamos de lobos occipitais) são as responsáveis pela
visão, logo, se a crise envolver estas regiões ela se manifestará através de alterações visuais. Nesse caso, o paciente pode ter alucinações visuais, turvamento ou escurecimento visual, visão dupla e movimentos piscatórios.
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Outro exemplo: asregiões mais
anteriores do cérebro (que chamamos de lobos frontais) são as
responsáveis por nossos movimentos, assim, caso a crise epiléptica envolva estas regiões cerebrais ela se manifestará através de alterações como aumento do tônus muscular (pode permanecer
com os braços ou com as pernas endurecidas), tremores, abalos
musculares ou espasmos.
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Desta forma, existem muitos tipos diferentes de crises epilépticas e por esse motivo é muito importante queos familiares que cuidam da criança e que eventualmente tenham presenciado alguma crise a descrevam com o máximo de detalhes possível. O médico neurologista vai utilizar a descrição de quem presenciou o evento para descobrir em qual região do cérebro foi gerada a crise.
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Portanto, por mais difícil que seja, se você estiver frente a uma criança que está apresentando uma crise epiléptica mantenha a calma e observe cuidadosamente o maior número possível de detalhes para poder contar ao seu médico no momento da consulta".
POR QUE ACONTECEM CRISES EPILÉTICAS?
Existem diferentes tipos de crises? Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Nosso cérebro é formado por milhões e milhões de células chamadas neurônios e estas células comunicam-se através de impulsos elétricos. Desta forma, nosso cérebro pode ser entendido como uma grande usina de energia elétrica, funcionando 24 horas por dia, enquanto estamos acordados e também enquanto estamos dormindo.
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As crises epilépticas ocorrem quando estes impulsos elétricos passam ocorrer de forma muito intensa, exacerbada. Quando somente uma pequena parte dos neurônios cerebrais passa a “descarregar” de forma exacerbada, surgem as chamadas crises epilépticas focais (ou parciais). Quando muitos neurônios dos dois hemisférios cerebrais passam a "descarregar" de forma exacerbada acabam provocando as denominadas crises epilépticas generalizadas.
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As crises epilépticas parciais manifestam-se através do envolvimento de somente uma parte do corpo da criança como, por exemplo, um braço,uma perna ou somente o rosto.
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As crises epilépticas generalizadas manifestam-se através do envolvimento de todo o corpo e SEMPRE ocorrem com comprometimento da consciência.
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As crises epilépticas parciais podem ser basicamente de dois tipos: crises epilépticas parciais simples (nas quais não há perda da
consciência) e as crises epilépticas parciais complexas (nas quais há perda da consciência)".
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EPILEPSIA - FALSAS CRISES
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Sim. Tanto as pessoas portadoras de epilepsia como aquelas que nunca tiveram uma crise podem, em determinadas circunstâncias, apresentar uma falsa crise epiléptica.
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Em momentos de grande ansiedade, alguns indivíduos podem desencadear uma respiração rápida e ofegante, levando à produção excessiva de dióxido de carbono, alterando a bioquímica sanguínea, e desencadear perda da consciência e movimentos que podem ser confundidos com uma crise epiléptica.
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Todavia, um médico experiente observando estas manifestações clínicas tem condições de diferenciar as crises epilépticas verdadeiras das falsas crises. A simulação de crises epilépticas é, estatisticamente, mais frequente no sexo feminino e a partir da adolescência.".
EPILEPSIA NA INFÂNCIA - ESCOLA
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"A maioria das crianças com epilepsia controlada pode ter vida social absolutamente normal, inclusive no ambiente escolar. De modo geral, orientamos que a família informe aos professores sobre a questão para evitar “surpresas” caso a criança apresente uma crise epiléptica enquanto se encontra na escola. Crianças com crises controladas podem realizar educação física regularmente, sem nenhuma restrição.
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Os jogos esportivos habitualmente desenvolvidos nas escolas durante as aulas de educação física não colocam a criança em risco e nem aumentam a chance de ocorrer uma nova convulsão.
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No caso de aulas de natação, não há restrição específica para os pacientes com crises controladas, desde que as aulas se desenvolvam sob supervisão de adulto capaz de prestar socorro
em caso de crise convulsiva e afogamento".
EPILEPSIA NA INFÂNCIA - EXERCÍCIOS FÍSICOS
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Para crianças com crises controladas, os jogos esportivos habituais como futebol, vôlei, basquete, tênis, ginástica de solo, corrida, podem ser realizados sem restrição. Como já dissemosanteriormente, a natação em ambiente fechado pode ser realizada desde que sob supervisão.
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Não são indicados esportes náuticos em espaço aberto. Por exemplo, evidentemente, o bom senso dos pais indicará que uma criança portadora de epilepsia (mesmo com crises controladas) não deve realizar natação em mar aberto, rios ou lagos, nem mesmo sob supervisão.
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São contra indicados esportes em altura como ginástica em barra, alpinismo, escalada, vôo com asa delta e pára-quedismo. Costumamos contra-indicar o uso de bicicleta em ruas movimentadas e sem supervisão.
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Durante a consulta, quando os pais perguntam sobre o que a criança pode e o que não pode fazer, costumo dizer: - Pergunte a você mesmo! Tudo que seu bom senso lhe disser que é perigoso deve ser evitado. Contudo, mesmo contando com o bom senso dos pais, devemos reforçar as explicações sobre os riscos envolvidos em cada modalidade esportiva, quais esportes podem ser praticados sem restrição e quais são temporariamente proibidos.
EXAMES EPILEPSIA
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Atualmente existe um grande número de exames que podem ser realizados na investigação de crianças com epilepsia, como por exemplo, o eletrencefalograma, poligrafia neonatal, videomonitoração eletrencefalográfica, ecografia cerebral transfontanelar, tomografia de crânio, ressonância nuclear magnética do encéfalo, SPECT cerebral, tomografia por emissão de fóton único, tomografia por emissão de pósitrons, monitoração
invasiva e semi-invasiva com eletrodos esfenoidais, eletrodos de forame oval, eletrodos de profundidade, placas e grades corticais entre outros.
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💥Contudo, o fundamental e certamente muito mais importante que a realização que qualquer exame subsidiário, é que a história clínica do paciente seja adequadamente coletada e que a descrição da crise epiléptica seja a mais completa possível.
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💥 Como já dissemos anteriormente, a epilepsia é um diagnóstico clínico, até mesmo por que, frequentemente, crianças epilépticas, têm todos os exames subsidiários normais. De modo geral, a investigação inicial após a primeira crise deve ser realizada com um exame eletrofisiológico (eletrencefalograma de rotina) e por um exame de imagem (preferencialmente a ressonância magnética do encéfalo).'
QUALQUER PESSOA PODE TER CRISE EPILÉPTICA?
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Sim. De modo geral, qualquer pessoa pode apresentar uma crise epiléptica em qualquer momento da vida. Contudo, existem algumas fases da vida nas quais o risco é maior. Sabidamente, no primeiro ao de vida (particularmente nosos sessenta anos de idade o risco aumenta consideravelmente.
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A cada mil bebês nascidos vivos, entre dois e cinco apresentarão pelo menos uma crise convulsiva nos primeiros trinta dias de vida. Nas crianças mais velhas, a prevalência de crise epiléptica é em torno de 5/1.000 habitantes (nos países desenvolvidos) e 10/1.000 habitantes (nos países em desenvolvimento). Nos idosos, principalmente após os sessenta anos, o risco de ter uma crise aumenta muito em decorrência do aumento na incidência dos acidentes vasculares
cerebrais (os chamados derrames)".
O QUE NÃO FAZER NA CRISE?
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Costumo dizer aos meus pacientes que mais importante que “o que fazer durante uma crise” é “o que não fazer durante uma crise”. Uma série de crendices são tão populares que acabam se confundindo com medidas realmente terapêuticas.
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A seguir farei uma breve lista do que não fazer durante uma crise epiléptica:
🟦
não soprar no rosto do doente, não passar água, álcool, vinagre
ou óleo no corpo durante a crise.
🟦
não colocar a criança dentro
de banheiras com água (nem quente e nem fria), não introduzir
absolutamente nenhum objeto (como por exemplo, o cabo de
uma colher ou outros talheres) na boca do paciente.
🟦
jamais tentar segurar a língua e muito menos puxá-la para fora da boca (é um mito popular que as pessoas durante uma crise epiléptica podem
vir a morrer por se asfixiarem com a língua).
🟦
não fazer respiração boca a boca e nem massagem cardíaca (estes procedimentos são utilizados na reanimação de pessoas em parada cárdiorespiratória e por quem realmente saiba como realizá-los).
🟦
Jamais segurar o paciente tentando conter seus movimentos durante a
crise e não dar água ao paciente (isso, além de não contribuir em absolutamente nada na recuperação da crise, pode agravar o quadro provocando asfixia e pneumonia)..'
O QUE FAZER NA CRISE?
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Inicialmente, a pessoa que está presenciando uma crise epiléptica deve agir com calma e pedir ajuda se necessário. O paciente deve ser colocado em um local seguro, pois não é raro que as crianças sofram lesões, principalmente na cabeça, devido traumatismos que poderiam ter sido facilmente evitados.
🟪
Um local seguro pode ser encontrado em qualquer ambiente, como um sofá, uma cama ou mesmo um tapete.
Em seguida, deve-se afastar do paciente qualquer objeto que possa provocar traumatismos, como mesas e cadeiras.
🟪
O mais importante é sempre protegermos a cabeça da criança,
evitando uma lesão desnecessária. O paciente deve ser mantido em decúbito lateral (deitado de lado) para evitar que engasgue com a saliva que normalmente é abundante durante
a crise. Se a criança tiver qualquer coisa dentro da boca que possa aspirar, essa deve ser imediatamente retirada.
🟪
Após estes cuidados iniciais, o paciente deve ser conduzido,
sem pressa, até um setor de atendimento de emergência."
EPILEPSIA NA ADOLESCÊNCIA
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"A adolescência é uma fase em que uma série de hábitos pode aumentar o número e a intensidade das crises epilépticas, até mesmo em pacientes que vinham com controle das crises há bastante tempo.
🏀
A ingestão de bebidas alcoólicas pode desencadear crises epilépticas
em indivíduos previamente saudáveis (não epilépticos) e pode descompensar a epilepsia em pacientes com crises controladas.
🏀
Outro problema que observamos muito frequentemente nos adolescentes epilépticos é a falta de adesão ao tratamento. Muitos
adolescentes fazem uso irregular das drogas antiepilépticas e até mesmo interrompem o tratamento sem orientação médica e sem o conhecimento dos familiares.
🏀
A privação de sono (dormir poucas horas durante a noite) pode agravar algumas síndromes epilépticas, particularmente a epilepsia mioclônica juvenil. E como sabemos, dormir pouco é um hábito comum para muitos adolescentes.'
MEDICAÇÃO - EPILEPSIA
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Não. De um modo geral, em torno de 80% das crianças terão controle completo das crises epilépticas com uma ou com a associação de duas medicações antiepilépticas. Ao redor de 15 a 20% das crianças com epilepsia, não obterão controle completo das crises mesmo com o uso regular de drogas antiepilépticas
associadas.
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Sabemos que nos casos em que os exames de neuroimagem demonstram a presença de lesões cerebrais (como os tumores,
malformações ou lesões adquiridas) o controle das crises costuma ser mais difícil, quando comparados às crianças que têm exames de neuroimagem normais (sem lesão cerebral aparente).
⛔
Quando utilizamos algumas drogas antiepilépticas sem haver resposta adequada, ou seja, sem o controle das crises, utilizamos o termo “epilepsia clinicamente refratária”. Algumas destas crianças podem ser submetidas a algum tipo de procedimento cirúrgico para o tratamento da epilepsia. As crianças que não respondem às medicações, e que não podem ser submetidas a
nenhum procedimento cirúrgico, são denominadas portadoras de “epilepsia intratável”.
⛔
CIRURGIA PARA EPILEPSIA
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Alguns pacientes portadores de determinadas síndromes epilépticas graves, não podem ter suas crises controladas satisfatoriamente com a utilização das medicações disponíveis no momento.
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Alguns destes pacientes podem ser submetidos a procedimentos cirúrgicos visando reduzir a intensidade e a frequência das crises (denominadas cirurgias paliativas), ou mesmo, visando obter o controle completo das crises (cirurgias curativas).
🎁
Embora há mais de 50 anos se reconheça a possibilidade de remover cirurgicamente um foco epileptogênico, somente nas últimas duas décadas as técnicas cirúrgicas possibilitaram a realização destes procedimentos de forma segura e efetiva.
🎁
Atualmente, estes procedimentos cirúrgicos são realizados tanto nas crianças como nos adultos.
Certamente, o fator que mais contribui para o sucesso de uma cirurgia de epilepsia é a seleção criteriosa do paciente. Alguns exames pré-operatórios devem ser realizados rotineiramente, como o EEG, a videomonitorização-EEG (exame no qual tentamos gravar/filmar algumas crises epilépticas do paciente para estudo) e a ressonância nuclear magnética do encéfalo.
🎁
O paciente considerado “ideal” para indicação cirúrgica é aquele no qual há concordância entre a descrição das crises epilépticas (geralmente realizada pelos familiares), os exames eletrofisiológicos e a ressonância magnética. Nos últimos anos, os exames de neuroimagem têm ganhado cada vez mais importância na investigação pré-operatória em pacientes portadores de epilepsia".
RISCO DE MORTE DURANTE A CRISE?
Como explica Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena:
"Sim, embora isso seja muito raro. O risco de morte durante uma crise é significativamente maior quando esta tem duração superior a trinta minutos.
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Pacientes que apresentam crises com duração superior a trinta minutos devem sempre ser conduzidos a um serviço de emergência para serem medicados e para a realização de alguns exames laboratoriais.
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A maior parte das pessoas que morrem durante uma crise convulsiva, não morrem diretamente devido ao fenômeno epiléptico, e, sim, de forma indireta devido acidentes, traumatismos cranianos ou complicações como as pneumonias aspirativas maciças.
🚫".
POR QUE MEU FILHO CHORA DURANTE A CRISE EPILÉPTICA?
Dr. Paulo Liberalesso no IG @tea.cerena explica o porque. Para acessar, clique no link abaixo: